Tecnologia espacial de purificação de ar prepara entrada no mercado global

Dispositivo foi encomendado pela Nasa com o objetivo de combater o mofo no seu módulo da Estação Espacial Foto: Nasa

Dispositivo foi encomendado pela Nasa com o objetivo de combater o mofo no seu módulo da Estação Espacial Foto: Nasa

Investimento de aparelho russo em ambientes hospitalares deve atrair US$ 200 milhões nos próximos três anos. Instalações já melhoram a qualidade de vida de astronautas russos e americanos na Estação Espacial Internacional.

O aparelho Potok 150-M-01, produzido pela companhia russa “Potok Inter”, não tem análogos  no mundo, pois, ao contrário de outros purificadores de ar disponíveis no mercado, elimina todos os tipos de microrganismos, tem vida operacional longa e é inofensivo para seres humanos. 

Segundo Aleksandr Nagolkin, diretor-geral e um dos sócios da Potok Inter, o aparelho tem capacidade de eliminar até 99,9% das moléculas da gripe aviária e formas resistentes do staphylococcus aureus, entre outros vírus e bactérias. “A princípio, todos os micro-organismos são neutralizados em meio-segundo após uma passagem pelo campo elétrico gerado pelo aparelho”, explica.

O aparelho baseia-se na tecnologia de eletroporação de membranas celulares. Isto é, o campo elétrico de uma intensidade específica formado pelo dispositivo cria poros nas membranas de células de qualquer tipo de bactéria ou vírus, causando assim a sua destruição. 

Com eficiência comprovada na área médica, o Potok está sendo utilizado pelos maiores centros clínico do país, tais como Hospital Militar de Burdenko, uma rede de centros de diagnóstico perinatal e várias maternidades. David Melik-Guseinov, diretor do Centro de Economia Social, o considera um aparelho indispensável no ambiente hospitalar, principalmente nas unidades de terapia intensiva.

“Os tratamentos realizados nas salas equipadas com o dispositivo em questão podem ser mais eficientes, o que confirmam as descobertas científicas comprovadas. No entanto, a falta de recursos financeiros disponíveis para as instituições de saúde pública ainda não permitem que se usufrua de todas as tecnologias inovadoras”, explica Melik-Guseinov.

O proprietário do fabricante do aparelho, o ex-deputado Marat Zaguidullov, considera a entrada para o mercado global um dos próximos passos para o futuro desenvolvimento da empresa. “Além de exercer o papel de investidor, serei responsável pela comercialização do produto, inclusive nos mercados estrangeiros”, afirma o empresário, acrescentando que, nos próximos três anos, os investimentos na empresa podem atingir 200 milhões de dólares.

Clientes potenciais da China, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos apresentaram grande interesse pela tecnologia devido às dificuldades enfrentadas por eles na purificação de ar nos prédios altos. Os contratos e os nomes de interessados estão sendo, entretanto, mantidos em sigilo.

Apesar de ter sido uma novidade no mercado comercial, o aparelho Potok já faz parte do equipamento de bordo do módulo russo da Estação Espacial Internacional, assim como das instalações do Instituto de Pesquisas Cientificas do Centro de Ensaios e Preparação de Astronautas de Iúri Gagárin. Em 2009, o dispositivo foi encomendado pela Nasa e posteriormente instalado no seu módulo da Estação Espacial com o objetivo de combater o mofo. 

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