Estatais passarão 30% de seus contratos a pequenas empresas

Hoje, os fornecedores estrangeiros ocupam apenas uma pequena fatia do mercado de licitações que não ultrapassa os 2% Foto: Shutterstock

Hoje, os fornecedores estrangeiros ocupam apenas uma pequena fatia do mercado de licitações que não ultrapassa os 2% Foto: Shutterstock

O Ministério Russo Para o Desenvolvimento Econômico recomendou às corporações estatais, incluindo a monopolista do gás Gazprom, que atraiam para suas licitações públicas pequenas e médias empresas, que poderão assim participar de contratos de 1 trilhão de rublos (US$ 28 bilhões). Dessa forma, até 3% das encomendas podem ir para empresas estrangeiras, que receberão assim até US$ 840 milhões.

O Ministério Russo Para o Desenvolvimento Econômico instruiu as corporações estatais, incluindo a monopolista do gás Gazprom e a operadora ferroviária RZhD, a desenvolver programas de parceria para atrair pequenas e médias empresas.

Hoje, os fornecedores estrangeiros ocupam apenas uma pequena fatia do mercado de licitações que não ultrapassa os 2%, mas dominam determinados setores. "Nas áreas de alta tecnologia, por exemplo, especialmente de medicina, a proporção de estrangeiros é superior a 70%. No setor de fornecimento para a indústria de petróleo e gás, mais de 50%", disse à Gazeta Russa um especialista do Ministério que não quis ser identificado. Com as mudanças, a presença estrangeira deverá se intensificar, atingindo os 3%, ou cerca de US$ 840 milhões.

De acordo com Dmítri Panguin, membro da administração da organização empresarial "Apoio da Rússia", 15% de todos os contratos públicos de compra de bens e serviços deverão ser garantidos por pequenas e médias empresas para cobrir as demandas estatais, segundo a legislação vigente.

Mas, na prática, esta regra não é obedecida, diz o presidente da Associação Nacional das Instituições de Aquisição, Serguêi Gabestro.

"Na Rússia, as pequenas e médias empresas fornecem às estatais metal, materiais de construção, produtos plásticos, móveis e alimentos", diz o vice-presidente da organização Delovaia Rossia, Nikolai Ostarkov.

Isso se deve à inacessibilidade das pequenas empresas a créditos mais elevados. Assim, ultimamente, e de acordo com os dados do Banco da Rússia, a taxa de crescimento dos empréstimos para pequenas empresas caiu de 29%, em 2012, para 15%, em 2013.

Parcela baixa

De acordo com Panguin, as empresas estrangeiras que operam na Rússia participam de licitações públicas para o fornecimento de bens que não é podem ser comprados em grandes lotes dos fornecedores nacionais devido às especificidades de suas características.

São grandes empresas como IBM, Procter & Gamble, HP, Cisco, Audi AG, entre outras. Para trabalhar no território da Rússia, elas criam suas subsidiárias. Assim, cerca de 50% da produção da Procter & Gamble vendida no mercado russo é produzida pela Procter & Gamble de Novomoskovsk.

E o ramo russo da fabricante alemão de tecnologia ortopédica Otto Bock voltou a ser, em maio de 2014, o único fornecedor estatal de cadeiras de rodas. A alemã PaybackGroup vende produtos a varejo para o sistema de compras on-line Utkonos.

Não menos ativas no mercado russo são as empresas francesas. A Germitec, por ecemplo, juntamente com sua parceira russa Rumex, produz esterilizadores médicos, enquanto a Ceraver, junto com a Intelmed, produz implantes ortopédicos.

Já a norte-americana McKinsey & CO ganhou em 2013 um contrato no valor de 227 milhões de rublos (US$ 6,6 milhões) para modernizar a imagem do metrô de Moscou. A empresa criará uma estratégia de desenvolvimento do metrô, um novo logotipo, e reformulará o aspecto exterior e interior dos vagões.

Além disso, alguns consórcios estrangeiros que operam no mercado russo subcontratam suas estruturas externas, ou seja, as filiais locais. É assim que atuam as montadoras francesas Peugeot e Renault, bem como a Volkswagen alemã.

"As empresas alemãs têm uma participação bem ativa nas licitações públicas de indústrias como, por exemplo, a automobilística, a química, a alimentar, a da agricultura, a de serviços públicos e a de construção", diz Jens Bellman, vice-presidente do Conselho de Gestão para contatos com o público e com órgãos estatais da Missão de Comércio Exterior russo-alemã.

 

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