Em resposta às sanções, empresas apostam em tecnologias de GNL

Investidores chineses já respondem por 50% dos investimentos ​​para implementação da usina Yamal LNG Foto: Reuters

Investidores chineses já respondem por 50% dos investimentos ​​para implementação da usina Yamal LNG Foto: Reuters

Agravamento das relações com a Europa faz com que companhias nacionais desenvolvam ativamente estruturas para produção de gás natural liquefeito (GNL). Parcerias estrangeiras podem garantir acesso a novos mercados energéticos.

O desenvolvimento de tecnologias GNL está diretamente ligado à busca de novos consumidores de recursos energéticos russos, diante da possível a redução da dependência europeia em relação ao país. No entanto, as sanções poderão ser também sentidas na abertura da usina Yamal LNG e no alargamento dos destinos de entrega do gás natural liquefeito.

O diretor-geral da Total (que detém 20% do projeto russo), Christophe de Margerie, afirma que alguns bancos ocidentais estão se recusando financiar o projeto, como o caso do agência de créditos oficial Export-Import Bank of the United States. “Em curto prazo, ficaremos ​​financeiramente vulneráveis ou teremos dificuldade de acesso a um ou outro material. Mas, além de pequenos atrasos na fase inicial, o projeto não está em perigo”, garante de Margerie.

A falta de fundos deverá, contudo, ser compensada por investidores chineses, que estão interessados ​​na implementação da Yamal LNG e já respondem por 50% do financiamento do projeto. O principal acionista, com 60% das ações, é a Novatek, seguida pela francesa Total e pela chinesa CNPC, com 20% de participação cada.

O investimento total no projeto é de US$ 27 bilhões, dos quais US$ 5 bilhões serão atraídos no decorrer deste ano. Com a saída das japonesas Mitsui e Misubishi das conversações relativas à compra de participação na Yamal LNG, serão precisamente as partes francesa e japonesa que devem fornecer  ao projeto as novas tecnologias para liquefação do gás natural que a Rússia ainda não possui.

Exemplo disso é a fábrica está sendo construída pela francesa Technip, com as parceiras japonesas JGC e Chiyoda. “A situação na Ucrânia não afetou o projeto de forma alguma. Acredito que o setor energético não irá sofrer com esses eventos, dada a sua importância, tanto para a Rússia, como para a Europa”, diz o diretor-geral da Technip, Thierry Pilenko, acrescentando que a empresa se ​​comprometeu a concluir os trabalhos em 2017, independentemente do que acontecer.

A adoção de novas sanções contra a Rússia poderá atrapalhar a realização do projeto, entretanto. De acordo com a imprensa internacional, a União Europeia e os Estados Unidos pretendiam impor medidas contra empresas russas a fim de proibir o repasse de tecnologia de petróleo e gás, mas essa informação não foi confirmada.

Gazprom X Novatek

O monopólio estatal de gás Gazprom entrou na licitação para explorar um dos lotes da plataforma marítima da Tanzânia e espera receber licença dentro de pouco tempo. As autoridades da Tanzânia estimam a exploração de 5,7 trilhões de metros cúbicos de gás, em sua maioria a uma profundidade de 2,5-3 km. A maior parte desse gás será liquefeito e enviado para os mercados da região da Ásia-Pacífico. Por outro lado, a Gazprom não tem experiência suficiente na produção de gás em campos offshore profundos e, se a empresa russa decidir avançar com o projeto, ela necessitará de um parceiro ocidental.

A maior concorrente nacional da Gazprom, Novatek, conta com parcerias estrangeiras no principal projeto de liquefação de gás no norte da Rússia: a usina Yamal LNG. No âmbito desse projeto, a francesa Technip, juntamente com suas parceiras japonesas JGC e Chiyoda, fechou um contrato de 4,5 bilhões de euros para a construção de uma fábrica de liquefação de gás natural, com capacidade de produção de 16,5 milhões de toneladas por ano com base nos recursos do campo de Iujno-Tambeiskoie.

 

Com material dos veículos RBC Daily, Kommersant e agência Prime

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