Em 2012, a Rússia exportou para os Estados Unidos um total de US$ 554 milhões em produtos sob o esquema de preferências Foto: AP
No início deste mês, o governo dos EUA decidiu retirar as concessões sobre as importações de produtos russos atribuídas em 1990, no âmbito do programa do Sistema Geral de Preferências para os países em desenvolvimento. O objetivo principal do programa é estimular o comércio entre EUA e seus parceiros emergentes.
Como a economia da Rússia começou a crescer, o país não pôde mais reivindicar os benefícios. Em 2013, o Banco Mundial incluiu o país no grupo de “alta renda”, na medida em que a renda nacional per capita por ano na Rússia atingiu US$ 12.700. Pelo lado americano, a Rússia é capaz de pagar as tarifas plenas. “A Rússia é desenvolvida demais para receber preferências destinadas aos países menos desenvolvidos”, justificou o serviço de imprensa da Casa Branca.
A surpresa foi que os benefícios acabaram sendo cancelados seis meses antes do previsto, em janeiro de 2015. A representante oficial do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Caitlin Hayden, declarou que, apesar do fato de a medida não ter nenhuma relação com as sanções, a situação com a Ucrânia acelerou bastante o processo de tomada de decisão.
O Sistema de Preferências incluía 3.500 títulos de produtos importados, mas a Rússia exportava para os Estados Unidos apenas um décimo (350 títulos), sobretudo para indústria de ferro e aço. Na lista de produtos isentos de impostos estavam produtos químicos, minerais, metais não preciosos e terras-raras, bem como alguns produtos agrícolas e de pesca.
Diferença insignificante
De acordo com analista do grupo Investkafe, Mikhail Kuzin, o cancelamento das tarifas preferenciais não afetará muito o comércio russo. Pelos resultados de 2013, o volume total dos produtos sob tais benefícios só representou pouco mais de 3% de todas as exportações da Rússia para os EUA. “Em 2013 o volume total das exportações da Rússia atingiu US$ 27 bilhões. Se o número for reduzido em 3%, ninguém sentirá mudanças significativas”, diz o analista.
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O analista do grupo financeiro BCS, Anton Chabanov, também acredita que o impacto da medida será mínimo. “Quando a decisão entrar em vigor, será introduzido um imposto aduaneiro adicional, porém, mais de 95% das mercadorias russas que entram nos EUA são matérias-primas, das quais apenas 2-3% estarão sujeitas a esse imposto”, calcula Chabanov.
Brics nos EUA
Em 2012, a Rússia exportou para os Estados Unidos um total de US$ 554 milhões em produtos sob o esquema de preferências. Já no primeiro semestre de 2013, esse valor caiu para US$ 296 milhões. Os país passou, então, a ocupar o nono lugar entre todos os participantes do programa.
Os maiores participantes do programa continuam ser a Índia e o Brasil, que em 2012 forneceram para os Estados Unidos produtos em um valor total de US$ 4,4 bilhões e de US$ 2,3 bilhões, respectivamente.
A proporção de benefícios nas exportações dos demais países em desenvolvimento para os Estados Unidos é muito maior do que da Rússia. No caso da Índia, esse índice é de 11%. Em 2012 a Geórgia exportou US$ 124 milhões para os EUA em produtos isentos de impostos, o equivalente a 55% de todas as exportações do país.
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