Agora, a Prixel está negociando com o museu Hermitage a colocação de reproduções de cinco modelos de telas já criados para venda na loja do museu Foto: Alamy / Legion Media
A startup russa Prixel desenvolveu uma tecnologia que permite imprimir cópias de pinturas que transmitem integralmente a textura das pinceladas do artista. O preço de uma réplica não ultrapassa os US$ 200 e esta nova tecnologia pode ser usada em museus. A Fuji possui tecnologia semelhante, mas o custo de cada quadro copiado atinge os US$ 33 mil.
Para realizar seu trabalho, a Prixel recorre às convencionais impressoras tipográficas ultravioleta que permitem reduzir drasticamente o custo das operações. O software da Prixel permite "ler" não só os contornos das pinceladas, como também a cor e o brilho das tintas. A Prixel armazena em arquivos de formato próprio desenvolvido por ela as informações de cada camada.
"As reproduções comuns de Van Gogh transmitem, é claro, o estado de espírito do artista e a impressão geral da pintura, mas, sem os contornos das pinceladas, não é possível transmitir a singularidade da arte do pintor", diz a proprietária da Prixel, Liubov Tcherevan.
Segundo ela, os pintores não tinham o hábito de diluir a tinta, mas de espreme-las dos tubinhos diretamente sobre a tela, acabando por deixar nela pinceladas densas e bem marcadas. A nova tecnologia consegue transmitir esta textura na íntegra. Inicialmente, o custo da reprodução era muito alto: uma cópia pequena (20cm x 25cm) custava US$ 5.000. Mas em seis meses a Prixel conseguiu reduzir o custo em 500 vezes, eliminando o uso de impressora 3D e da tecnologia de refinamento. Agora, a criação de um quadro de 40cm x 50cm custa US$ 40.
Para satisfazer as encomendas recebidas nas suas lojas online, a Prixel imprime as pinturas em cinco ou seis camadas, sendo que quando observadas a olho, não dá para distinguir a cópia do original. Para os apreciadores mais exigentes, o serviço permite a impressão de cópias em 3D com 20 camadas e com maior detalhe e, nesse caso, o quadro vai custar quatro a cinco vezes mais. Para réplicas de peças para interiores, a Prixel consegue fazer a reprodução sem trabalhar com a fonte, "acrescentando" volume através de seus próprios algoritmos.
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Atualmente, a startup está fechando um acordo para atrair investimento de “seed capital” no montante de US$ 300 mil de um consórcio privado de uma sociedade de investidores-anjos de São Petersburgo e da iDealMachine. Antes disso, a Prixel havia negociado com outros dois investidores estrangeiros: um dos EUA e outro de Singapura, mas ambos insistiam na transferência da empresa para o seu país. A empresa optou por permanecer na Rússia.
Onde usar?
A empresa russa apresentou a sua invenção quase em simultâneo com a líder da indústria fotográfica Fujifilm. A empresa japonesa testou uma tecnologia semelhante no último verão, em colaboração com o Museu Van Gogh, em Amsterdã. No entanto, cada cópia da Fuji vai custar 25 mil euros (mais de US$ 33 mil). Neste caso, o processo da cópia é feito com tal atenção aos detalhes que a tecnologia da Fuji não permite imprimir mais do que três reproduções por dia. A Canon Oce Group anunciou invento semelhante: a empresa desenvolveu um sistema para digitalização detalhada em 3D de telas com a utilização de câmeras fotográficas; no entanto, ainda não se sabe qual vai ser o custo das reproduções.
Agora, a Prixel está negociando com o museu Hermitage a colocação de reproduções de cinco modelos de telas já criados para venda na loja do museu. Os criadores deste serviço esperam ser capazes de chegar a um acordo com a administração do museu para digitalizar as pinturas do seu acervo, uma vez que o museu ainda não tem cópias digitais de três dimensões das suas obras-primas.
A Prixel também está considerando a Amazon como potencial parceira: 300 mil reproduções são vendidas através da loja online, sendo que os autores mais populares são Van Gogh e Picasso. As reproduções da Amazon são executadas em 2D, mas a técnica da pintura dos artistas referenciados é, de acordo com a empresa, ideal para reproduções em tecnologia 3D.
Publicado originalmente pelo RBC Daily
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