Masolova foi classificada entre as Top 30 jovens empresárias da internet pela “Forbes Rússia” Foto: ITAR-TASS
A plataforma que Masolova concebeu tem menos de um ano de idade, mas já é bem conhecida no mercado russo de educação on-line. “Mesmo vivendo na Rússia, entendi que é possível ultrapassar as fronteiras do país e criar uma empresa internacional”, diz a empresária em seu escritório localizado no importante centro de negócios Krasni Oktiabr, em Moscou. “Além disso, sempre me interessei por educação.”
O Eduson disponibiliza cursos on-line com mensalidades que chegam até US$ 109, além de diversos módulos gratuitos. Na plataforma é possível acessar cursos como “De zero a US$ 400 milhões em vendas brutas em 1,5 ano” (US$ 49), “Roteiro para um IPO bem sucedido” (US$ 99) e “Produtividade Pessoal” (gratuito). Em breve, o portal vai dispor de três novos cursos ministrados por Ichak Adizes, um dos especialistas em administração do mundo.
Masolova, que aos 27 anos de idade foi classificada entre as Top 30 jovens empresárias da internet pela “Forbes Rússia”, se formou pelos métodos tradicionais na Escola Superior de Economia de Moscou. Em 2006, concluiu um curso de educação on-line da Universidade de Stanford, na Califórnia, e descobriu que, ao contrário do que muitos pensam, a qualidade das aulas on-line era bastante elevada.
“Tive especialistas de nível mundial como professores, lia toneladas de artigos e livros, e era obrigada a cumprir os prazos de entrega dos trabalhos”, conta. “Esse tipo de curso não difere muito de qualquer programa off-line. No meu caso, foi ainda melhor”, acrescentou, explicando que a alternativa lhe poupou tempo e dinheiro.
Masolova também foi inspirada pela Coursera, uma plataforma de educação em que os parceiros de Stanford e outras grandes universidades oferecem cursos on-line gratuitamente.
O lançamento da versão inglesa do Eduson.tv aconteceu em abril de 2013, e logo foram acrescentadas versões em russo, chinês e português. A missão do site era reunir os principais administradores do mundo tanto para estudantes russos, como também para as pessoas de outros países do BRIC. A plataforma on-line possui atualmente cerca de 100 clientes corporativos e oferece classes em todas as quatro línguas.
“Acho um ótimo conceito”, diz Tim Enneking, fundador e diretor do Altima Asset Management, que rapidamente concordou em ministrar dois cursos, um dedicado à capacidade de negociação e outro de falar em público durante conferências e congressos.
“Mas acredito que o Eduson terá que incluir conteúdo mais interativo nos cursos”, continua. “Isso vai tornar os assuntos mais atraentes e o método, mais eficaz para os clientes. Também ficaria mais difícil para distribuição ilegal.”
As aulas on-line são simples. Os clientes podem escolher o trajeto individual de aprendizagem e selecionar todos os cursos de seu interesse. Alguns deles estão disponíveis em modo off-line, para que se possa aprender em qualquer lugar e hora. Os cursos são normalmente projetados com uma interface de duas telas, a primeira com o professor, e a segunda, com a apresentação do curso.
O foco principal do Eduson são as empresas com mais de mil funcionários, que podem pagar uma taxa anual de US$ 30 mil para obter acesso a todos os cursos disponíveis. Empresas com menos funcionários pagam em torno de US$ 49 ao mês pelo mesmo serviço. Além de treinar os funcionários, o Eduson fornece estatísticas relacionadas aos estudos e progressão dos alunos.
O mercado de educação on-line na Rússia ainda é bastante jovem, e sequer foi abraçado por muitas universidades do país. “A tradição de educação on-line não se formou na Rússia. É por isso que novos projetos on-line não têm efeito imediato no mercado de ensino superior aqui”, explica Aleksandr Rojdestvenski, reitor da Universidade Estatal de Tecnologia (MATI), que oferece um programa próprio de ensino à distância. Segundo ele, as universidades não devem ignorar a tendência, mas o estudo em sala de aula deve continuar, porque é mais difícil educar especialistas técnicos pela internet. No entanto, Dmítri Gujelia, fundador da plataforma Universarium, acredita que uma batalha está gradualmente começando pela liderança da educação on-line na Rússia. “Existem alguns projetos bem sucedidos, mas também há dificuldades significativas. Uma delas é a falta de grandes investidores”, aponta.
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