Gazprom corta descontos em fornecimento de gás para Ucrânia

Governo da Ucrânia não pagou a dívida pendente e não está disposto a pagar pelo gás fornecido em fevereiro Foto: ITAR-TASS

Governo da Ucrânia não pagou a dívida pendente e não está disposto a pagar pelo gás fornecido em fevereiro Foto: ITAR-TASS

Presidente russo Vladímir Pútin e primeiro-ministro Dmítri Medvedev apoiaram a decisão da petrolífera Gazprom de abandonar desconto no gás natural vendido à Ucrânia enquanto dívidas não forem quitadas.

De acordo com declarações do diretor da petrolífera Gazprom, Aleksêi Miller, o governo da Ucrânia não pagou a dívida pendente e não está disposto a pagar pelo gás fornecido em fevereiro.

Nesta terça-feira (4), a questão foi também abordada pelo presidente Vladímir Pútin. “Acredito que hoje a dívida seja de US$ 1,5 bilhões e, se não pagarem em fevereiro, ultrapassará US$ 2 bilhões. Por isso voltaremos aos preços normais”, disse Pútin. “Faz sentido comercialmente, não tem nada a ver com a situação na Ucrânia”, completou.

O representante oficial da Gazprom, Serguêi Kuprianov, declarou que a Rússia já concedeu um empréstimo de US$ 3 bilhões para a Ucrânia, mas a petrolífera Naftogaz não começou a pagar. “Temos boas relações com a Ucrânia e continuamos a fornecer gás natural, mas é preciso pagar a enorme dívida”, disse Kuprianov.

Um acordo firmado em dezembro de 2013 entre Pútin e o então presidente ucraniano, Víktor Ianukóvitch, dava à Ucrânia um desconto de cerca de 30% no valor do gás natural – o metro cúbico que custava US$ 400 passou a US$ 268,5.

Sem dinheiro nem papo

A dívida externa da Ucrânia já ultrapassou US$ 140 bilhões, e o país tem que pagar US$ 65 bilhões ainda em 2014. O presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turtchinov, adiantou, contudo, que não há verba federal para cobrir o rombo no orçamento, e as reservas cambiais do país podem cobrir apenas 25% da dívida de curto prazo.

Na tentativa de encontrar soluções para o problema, o novo primeiro-ministro da Ucrânia, Arsêni Iatseniuk, sugeriu o repasse da dívida para a própria população. “O governo poderá aumentar os impostos internos”, declarou Iatseniuk na semana passada.

De acordo com o analista do Centro de Análise Energético, Aleksêi Pukhaev, o novo ministro da Energia da Ucrânia, Iúri Prodan, será incapaz de mudar a situação. “Tudo depende de quando as autoridades oficiais russos reconhecerão o novo governo ucraniano. Agora, apenas Moscou pode influenciar”, diz Pukhaev.

Mas o professor de política externa na Faculdade de Segurança Nacional da Academia Russa de Economia, Aleksandr Mikhailenko, afirma que o novo governo não contribui para as negociações com a Rússia sobre o gás. “O agravamento das relações políticas entre a Rússia e a Ucrânia dificulta as negociações sobre os preços preferenciais do gás”, explica Mikhailenko.

 

Com informações dos veículos Vzgliad e Kommersant

 

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