Petrolíferas nacionais buscam tecnologia para liderar revolução do xisto

A petrolífera BP prevê que daqui a 20 anos o país ocupará o segundo lugar no mundo em volume de petróleo de difícil extração Foto: ITAR-TASS

A petrolífera BP prevê que daqui a 20 anos o país ocupará o segundo lugar no mundo em volume de petróleo de difícil extração Foto: ITAR-TASS

Engenheiros de petróleo estão preparando-se para a revolução do xisto. Os analistas da BP prometem à Rússia um lugar entre os líderes na exploração de petróleo de xisto. As vantagens fiscais já foram aprovadas, agora é a vez da tecnologia.

Na intenção de criar as condições para aplicação da tecnologia de produção desse tipo de petróleo, o Kremlin deu início a uma ampla reforma no sistema fiscal que, entre outras coisas, definiu a isenção do imposto por 10-15 anos sobre exploração de quatro depósitos de petróleo de difícil extração: Bajenov, Abalakski, Khadum e Domanik.

“O desenvolvimento do petróleo de xisto é uma necessidade enfrentada por todo o setor, pois as reservas de petróleo tradicional estão sendo esgotadas e os engenheiros de petróleo têm que procurar novos recursos para extração de hidrocarbonetos”, explica um engenheiro que preferiu não ser identificado.

Para as empresas estatais, que têm acesso à plataforma continental, a extração no Ártico poderia salvar a situação em uma perspectiva de longo prazo. “Mas isso ainda levará décadas”, completa.

Confusão de termos

Na Rússia e nos Estados Unidos, há uma pequena diferença de terminologia quando o assunto é petróleo. O que é chamado de petróleo de xisto nos EUA, pelo fato de sua extração ser feita a partir dos depósitos de xisto, é chamado na Rússia, desde a época soviética, de petróleo de difícil extração. Esse conceito mais amplo inclui não apenas a extração a partir do xisto, mas também de outras rochas. Independente do produto, as tecnologias aplicadas na produção de petróleo de xisto e outros tipos não tradicionais de petróleo de difícil extração são quase idênticas.

Pela estimativa do Ministério de Energia, as medidas de incentivo para o desenvolvimento do petróleo de difícil extração trarão um adicional de US$ 60 bilhões para os cofres públicos. “A ideia é extrair cerca de 326 milhões de toneladas de petróleo até o ano de 2032”, disse o responsável pela pasta, Aleksandr Novak, em entrevista recente ao jornal “RBK Daily”.

A petrolífera BP prevê que daqui a 20 anos o país ocupará o segundo lugar no mundo em volume de petróleo de difícil extração. Até 2035, a Rússia produzirá 800 mil barris de petróleo de xisto diariamente, garantem os especialistas da empresa. Essas avaliações são confirmadas pelas maiores empresas de petróleo em operação no território russo, que indicam o desenvolvimento do petróleo de difícil extração como uma de suas prioridades.

Os representantes da gigante estatal Rosneft, líder nacional no setor, lembram que as reservas estimadas da empresa chegam a 1,4 bilhões de toneladas de petróleo de xisto. Graças às novas tecnologias, a petrolífera planeja produzir entre 10-15 milhões de toneladas  de recursos não tradicionais anualmente.

A maior empresa petrolífera privada russa, Lukoil, continua com trabalhos industriais de caráter experimental nos campos da Formação de Bajenov, em Khantia-Mansia, e “espera obter as tecnologias certas para começar com a produção de petróleo de difícil extração”, informou o assessor da empresa. 

 

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