Elevada demanda mundial por potássio no início deste ano favoreceu os produtores russos Foto: Kommersant
De acordo com o jornal “Kommersant”, o acordo entre a Uralkali e as autoridades chinesas deve ser fechado antes do Ano Novo Chinês, celebrado no próximo dia 30. Estima-se que o preço de venda gire em torno de US$ 300-320 por tonelada. Durante as negociações, a parte russa insistiu em fechar a US$ 330, enquanto os chineses foram relutantes para manter o valor de US$ 280-290 por tonelada.
A ideia é que o acordo seja “compatível” com os índices de 2013, afirmam os negociados. No ano passado, a China comprou 700 mil toneladas de potássio, conforme estipulado pelo contrato principal, além de 300 mil toneladas adicionais no primeiro trimestre. Em julho passado, foi assinado um novo contrato para o fornecimento de 500 mil toneladas do produto a US$ 400 cada.
A Bielorruskali, ex-parceira da Uralkali, estaria dificultando as negociações atuais, por ter cortado 12% da produção em 2013. No momento, a empresa está procurando um mercado para vender o produto acumulado nos armazéns, que chega a quase 300 mil toneladas. “Por conta da reputação de fornecedor pouco confiável, as negociações com o bielorrussos serão realizados em último caso”, garantiu um dos negociadores chineses.
Brasil como exemplo
Com a alta demanda por potássio no início deste ano, os produtores tiveram a possibilidade de impor suas condições aos consumidores. Mesmo sob as novas condições, a Uralkali já possui contratos de fornecimento de todo o volume de produção até o final de fevereiro.
Para algumas regiões, contudo, o preço do produto deve subir apenas a partir de 1o de março. Esse é o caso do Brasil, onde a tonelada de potássio será comercializada por US$ 350-360. Durante os meses de janeiro e fevereiro, o país receberá 120-150 mil toneladas de potássio por mês da Uralkali ao preço de US$ 310-320 por tonelada.
“Os consumidores perceberam que US$ 300 é o mínimo, pois o indicador principal no mercado é o contrato com a China, que tem preço custo ainda mais elevado”, explicou um representante da Uralkali.
Recentemente, o preço dos fertilizantes de nitrogênio e fósforo também cresceu US$ 40-50 por tonelada. Konstantin Iuminov, analista do banco corporativo Raiffeisenbank, diz que o grande crescimento da demanda no mercado dos fertilizantes no Brasil é explicado pelo cultivo da soja, cuja colheita neste ano será volumosa. Segundo o especialista, o “aumento dos preços nesse poderoso mercado” estimulará processos semelhantes em outras regiões do mundo”.
Publicado originalmente pelo Kommersant
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