Presidente do Tatarstão dá conselhos para Olimpíadas no Rio

"Depois que terminam as competições, as novas instalações esportivas, estradas e complexos viários não desapareceram, eles ficam lá ao serviço do povo", disse Minnikhanov Foto: Press Photo

"Depois que terminam as competições, as novas instalações esportivas, estradas e complexos viários não desapareceram, eles ficam lá ao serviço do povo", disse Minnikhanov Foto: Press Photo

É de conhecimento geral que os grandes eventos esportivos contribuem para aumentar o fluxo de investimentos nas cidades e até em regiões inteiras. Graças à Universíada, Kazan foi capaz de solucionar problemas que tomariam mais de 20 anos de trabalho. Em entrevista à revista “Brics Business Magazine”, o presidente da República Tatarstão, Rustam Minnikhanov, falou sobre as melhorias na região e como Kazan está pronta para compartilhar experiência com Sôtchi e Rio de Janeiro.

Brics Business Magazine: O que mudou em termos visibilidade da região no exterior depois da Universíada em Kazan? 

Rustam Minnikhanov: Há muito tempo trabalhamos para que Kazan e Tatarstão se tornem mais conhecidos internacionalmente. Isso é uma condição vital para conseguir atrair investimentos ao país, pois, para o investidor, é importante saber o máximo possível sobre o local onde ele pretende aplicar o seu dinheiro. Até poucos anos atrás, os estrangeiros conheciam apenas duas cidades da Rússia: Moscou e São Petersburgo.

Em nossas visitas ao exterior, falamos sempre da nossa república e explicamos que o Tatarstão é uma das regiões mais dinâmicas do país. Acho que com a ajuda da Universíada conseguimos fazer isso. No total, foram 12 mil participantes de 160 países, fora os visitantes. Além disso, as provas da Universíada foram transmitidas pelos principais canais de esportes.

Situada na porção ocidental da Rússia, Kazan é a capital e a maior cidade da república do Tataristão Foto: Serguêi Savostianov / Rossiyskaya Gazeta

BBM: E quais foram os resultados financeiros da Universíada? Que benefícios econômicos a longo prazo o sr. consegue prever?

RM: Os grandes eventos esportivos exigem investimento não só para a sua realização, mas também para a construção de instalações esportivas e infraestrutura da cidade. No entanto, depois que terminam as competições, as novas instalações esportivas, estradas e complexos viários não desapareceram, eles ficam lá ao serviço do povo.

Estivemos trabalhando nos preparativos para o evento ao longo dos últimos cinco anos. Depois da Universíada, Kazan mudou qualitativamente para melhor, tendo se tornado um local bem mais confortável para se viver. Foram resolvidos um monte de problemas que, sem os jogos estudantis, levariam 20 anos para serem resolvidos.

BBM: Quais são os principais objetos de interesse dos investidores estrangeiros?

RM: Temos muitas áreas para investir. Em particular, a hotelaria atrai muito as empresas estrangeiras, especialmente depois da Universíada de Kazan, quando vimos aumentar bastante o número de turistas. Em geral, estamos abertos a todas as sugestões, e os investidores podem ter a certeza de que qualquer um de seus projetos a ser concretizado no Tatarstão será recebido com prazer pela liderança da república.

BBM: Certa vez o sr. apresentou a China como exemplo de país com forte regulação estatal e Cingapura, como uma economia de mercado...

RM: Não acho que a Rússia deveria seguir cegamente o exemplo da China ou de Cingapura, mas no Tatarstão estudamos a experiência de países que revelam crescimento econômico. Acompanhamos a experiência de Cingapura já há alguns anos, e todos os nossos ministros e diretores das entidades municipais fizeram estágios nesse país para se familiarizarem com o sistema de governação deles. Já no caso da China, interessa-nos a prática da criação de zonas econômicas especiais e de parques industriais, sobretudo em nível municipal.

BBM: O que o sr. recomendaria às cidades de Sôtchi e do Rio de Janeiro, que estão agora se preparando para suas Olimpíadas?

RM: Em primeiro lugar, ignorar todas os comentários negativos e trabalhar de modo bem planejado na preparação do evento. Aqui também houve muita gente que não acreditou que nós conseguiríamos terminar tudo a tempo para a Universíada e, como respostas a tais especulações, eu respondi que na manhã do dia do início dos Jogos, 6 de julho, tudo estaria pronto. E foi o que aconteceu.

Estou certo de que os organizadores dos Jogos Olímpicos de Sôtchi e o Comitê Organizador dos Jogos do Rio serão capazes de executar todos os planos dentro do tempo necessário. Da nossa parte, estamos prontos para compartilhar a experiência adquirida na preparação e realização desses eventos esportivos de grande escala.

Publicado originalmente pelo Brics Business Magazine

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