Anton Pak: "Os estereótipos ainda são um problema" Foto: Press Photo
Gazeta Russa: A Cooperação de Desenvolvimento do Cáucaso do Norte já existe há alguns anos. Quais metas já foram cumpridas?
No momento, estamos supervisionando sete projetos ligados à indústria de manufatura, turismo e agricultura, com investimento total de mais de US$ 200 milhões. Quando eles forem concluídos, e isso vai acontecer em breve, serão criados cerca de cinco mil empregos diretos, e outros 10 mil em indústrias relacionadas, bem como em pequenas e médias empresas.
Anton Pak: Esses projetos atraíram investidores estrangeiros?
Sim, como é o caso do Complexo Nacional de Aerosol, na região de Stavropol, onde lançamos a produção de componentes para embalagens aerosol, juntamente com a empresa grega Aluman. Antes, importávamos esses componentes da Grécia, mas conseguimos convencê-los de que a transferência de tecnologia seria mutuamente benéfica e segura. Outro exemplo é uma unidade de produção agrícola na mesma região, lançada em dezembro de 2012 juntamente com o VTB Capital [um dos maiores bancos de investimento da Rússia].
Algumas semanas atrás, fechamos um acordo com um grande fundo de investimentos de Hong Kong, o ADM Capital, cuja contribuição para este projeto chega a US$ 30 milhões. Trata-se de um fato histórico, porque é a primeira vez que os investidores institucionais estrangeiros investiram em agricultura no Cáucaso do Norte.
GR: É difícil convencer os empresários de que é seguro investir no Cáucaso do Norte?
AP: Os estereótipos ainda são um problema. Tentamos sempre convencer os investidores de que a maior parte do Cáucaso do Norte é tranquila, um bom lugar para fazer negócios com em outras partes da Rússia; apenas algumas regiões ainda não voltaram ao normal [em termos de segurança].
Por exemplo, no começo de outubro, ajudamos a realizar o festival internacional de música WOMAD, em Piatigorsk (que foi originalmente concebido como uma apresentação da região), onde mais de 10 mil pessoas estiveram presentes. Os visitantes ficaram impressionados com a beleza natural, a riqueza cultural e as tradições do local. Eles puderam ver que a maioria dos problemas associados ao Cáucaso do Norte eram exagerados ou desatualizados.
GR: Os futuros Jogos Olímpicos em Sôtchi contribuem para o seu trabalho?
AP: Sim. Muitas pessoas conheceram a região do Cáucaso do Norte e seu potencial por causa do evento. Durante a Olimpíada, a nossa corporação fará uma exposição especial para demonstrar o potencial de investimentos e turismo na região. Devemos usar os Jogos Olímpicos em nosso benefício de modo que os efeitos sejam significativos e duradouros.
GR: Você acredita na transição da economia local para produtos e serviços de valor agregado?
AP: Os principais recursos do não são petróleo, gás ou metais – embora possam ser encontrados aqui –, mas as condições climáticas naturais que permitem o desenvolvimento dos setores de agricultura, serviços, hotelaria e turismo. Nossa principal tarefa é criar as condições necessárias para tirar proveito desse potencial.
Região de montanhas no Cáucaso do Norte atrai crescente fluxo de turistas Foto: Lori
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