Em fórum econômico, Pútin fala sobre eficiência do trabalho, crise e o clima empresarial

Presidente russo, que discursou em evento organizado por banco de investimentos, não prevê uma rápida recuperação da economia mundia Foto: Konstantin Zavrájin/RG

Presidente russo, que discursou em evento organizado por banco de investimentos, não prevê uma rápida recuperação da economia mundia Foto: Konstantin Zavrájin/RG

O principal problema da Rússia, segundo Pútin, é a baixa eficiência da força de trabalho. “Esta diferença entre os níveis crescentes de consumo e eficiência é perigosa”, disse o presidente.

Na última terça-feira (1º), o presidente russo, Vladímir Pútin, discursou no Fórum Anual de Investimentos "A Rússia Chama", organizado pelo banco de investimentos VTB Kapital. Segundo ele, não se prevê uma rápida recuperação da economia mundial e, nesse contexto, os russos devem aprender rapidamente a trabalhar de forma eficiente. A Gazeta Russa escolheu as principais passagens do discurso do presidente.

Sobre a crise

A fase aguda da crise já foi superada, os riscos atuais estão sob controle. No entanto, não se justificam as esperanças de uma recuperação rápida da economia global, constatou Pútin. A crise do modelo econômico atual é estrutural, de longo prazo. A desaceleração dos ritmos de crescimento é sentida por quase todos os países, incluindo a Rússia.

Sobre a baixa eficiência do trabalho

O principal problema da Rússia, segundo Pútin, é a baixa eficiência da força de trabalho. O país está mais de duas vezes atrás das economias desenvolvidas no que se refere à produtividade do trabalho. Esta diferença entre os níveis crescentes de consumo e eficiência é perigoso.

Os atuais ritmos de crescimento da produtividade do trabalho significam, na sua essência, a preservação desta economia, da sua estrutura unilateral e muito ajustada na exportação de matérias-primas. Para reverter esta situação, a produtividade do trabalho na Rússia terá de crescer anualmente por volta por 5% a 6%, isto é, duas vezes mais do que agora.

O aumento da eficiência deve mudar a qualidade do mercado de trabalho, a estrutura do emprego. Pútin acredita que no lugar dos postos de trabalho velhos, arcaicos e muitas vezes mal remunerados é preciso dar a milhões de russos um trabalho mais bem pago e com maiores perspectivas de crescimento profissional, especialmente nos setores modernos, nas pequenas e médias empresas não-primárias, além de ajudar as pessoas a melhorar as suas qualificações, a conseguir um novo emprego.

O Estado deve ser o primeiro a dar um exemplo de eficiência, sublinhou Pútin. Isso também se aplica a empresas com participação estatal e a empresas que usem ativos estatais ou financiamento do orçamento a todos os níveis, desde o federal ao municipal.

Pútin disse ainda que a decisão de congelar os preços dos monopólios de fornecimento de serviços de infraestrutura [água, eletricidade, gás etc.] foi um sinal claro para as empresas estatais acerca da necessidade de melhora na eficiência e redução dos ritmos de inflação.

Sobre o clima empresarial

O fator mais importante para o crescimento da eficiência econômica é o clima empresarial. A fim de melhorá-lo, o governo russo lançou uma iniciativa empresarial nacional, que prevê que as medidas adequadas devem ser totalmente implementadas no decorrer dos próximos dois anos, disse Pútin.

Em particular, é planejando levantar as restrições de infraestrutura e desenvolver formas de parcerias público-privadas. As alterações legislativas necessárias já estão sendo preparadas, disse Pútin.

O volume do investimento estrangeiro direto na economia russa também está crescendo. No primeiro semestre deste ano já entraram na economia nacional quase US$ 55 bilhões, três vezes mais que o valor do investimento estrangeiro direto em período análogo de 2012.

Pútin disse que o Estado vai aprender a defender os direitos do empresariado russo, inclusive nos mercados estrangeiros, e usar ativamente os mecanismos da OMC.

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