Segundo economistas, não será possível executar as orientações indicadas nos decretos de Pútin Foto: RIA Nóvosti
A estagnação na Rússia veio para ficar por muito tempo. Essa é a conclusão dos 25 especialistas de bancos nacionais e estrangeiros, instituições de pesquisa e grandes empresas, tais como a Lukoil e a Kazmaz, entrevistados pelo Centro de Desenvolvimento da Escola Superior de Economia.
Pelas previsões, o crescimento do PIB em 2013 passou de 2,7% para 2,2 % e, em 2014, de 3% para 2,7%. A explicação para isso é que economia russa está sofrendo os efeitos do corte do investimento, da queda da produção industrial e do declínio na demanda por seu principal produto de exportação, isto é, o petróleo.
Até 2019, estima-se que os ritmos de crescimento não vão ultrapassar os 3,3%, o que, para um país que inserido no grupo dos mercados emergentes, é o equivalente a anos de estagnação.
Paralelamente, o Ministério do Desenvolvimento Econômico reconheceu a impossibilidade de cumprir as promessas eleitorais do presidente Pútin. As taxas de crescimento econômico extremamente baixas indicadas na previsão macroeconômica atualizada para 2013 e 2014-2016 “não permitem executar as orientações indicadas nos decretos”, conforme anunciou o vice-chefe da pasta, Andrei Klepatch, no último dia 27.
É a segunda vez em um ano que o desenvolvimento da microeconomia puxa para baixo as previsões de crescimento econômico do país não só para este ano, como também para o próximo triênio. O ministério não espera nenhum crescimento do PIB acima de 1,8%, embora fosse previsto em abril um crescimento econômico na faixa de 2,4%.
O aumento das tarifas para os consumidores industriais quase não excede a inflação. Em 2014, elas atingirão 6%, e entre 2015 e 2016 chegarão a 5%. Para a população, no entanto, o aumento será mais significativo. Os preços do gás e eletricidade em 2014 vão aumentar 10%, 9% em 2015 e 8% em 2016, segundo Klepatch.
O fato de a tendência atual não corresponder às promessas feitas por Pútin é justificado pelo ministério por uma “necessidade de limitar o crescimento do volume da subsidiação cruzada”.
“Se voltarmos um ano e meio atrás, pudemos nos lembrar como Pútin e Medvedev disseram que uma taxa de crescimento normal para a economia russa seria de 5-6% ao ano. Na época, a crise da economia europeia estava acentuada e parecia que a zona do euro estava para entrar em colapso. Desde então, nada de ruim aconteceu na economia global, mas a russa abrandou significativamente”, comenta o ex-reitor da Escola Russa de Economia, Serguêi Guriev.
O especialistas acredita que a economia russa que pode realmente crescer a uma taxa de 5% ou 6% ao ano. “O fato de ela não estar crescendo a esse ritmo se deve ao fato de existirem sérios problemas relacionados com o clima de negócios e de investimentos no país”, explica Guriev. “Embora a economia mundial esteja crescendo, o abrandamento da economia russa se deve ao fato de o empresariado, tanto russo como internacional, não enxergar condições favoráveis para a realização de negócios no país.”
Publicado originalmente pelo Finmarket
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