Banco Mundial eleva status da Rússia a país “com nível de renda elevado"

Clima de negócios e instituições devem ser reavalidas antes de considerar a economia russa como "desenvolvida" Foto: ITAR-TASS

Clima de negócios e instituições devem ser reavalidas antes de considerar a economia russa como "desenvolvida" Foto: ITAR-TASS

De acordo com órgão internacional, crescimento do rendimento nacional per capita chegou a até U$S 12.700. Novo status vai facilitar o processo de integração da Rússia ao bloco dos países desenvolvidos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), mas a economia russa só poderá ser incluída na categoria "desenvolvida" após a reavaliação, pelas organizações internacionais, da qualidade das instituições e do clima para os investimentos do país.
Com base em seu monitoramento anual, o Banco Mundial (BM) transferiu a Rússia da categoria de países com um nível de rendimento nacional bruto e per capita "acima da média" para o grupo "nível de renda elevado". Levando em conta esse parâmetro, a Rússia praticamente se equiparou à maioria dos países desenvolvidos.

O Banco Mundial inclui no grupo do “rendimento médio” os países com um PNB per capita de US$ 4.086 até US $12.615, a Rússia se manteve nessa categoria ao longo dos 10 últimos anos. Já o grupo dos países com “nível de renda elevado”, de acordo com a classificação do Banco Mundial, é constituído por 75 países e territórios dependentes, incluindo as Ilhas Cayman e os países do Golfo Pérsico. Agora a Rússia passou a ocupar o 73º lugar nesse grupo, com um PNB per capita de US$ 12.700  - a titulo de comparação, esse indicador chega a US$ 50.120 nos EUA). Este ano também receberam pela primeira vez o status de "país com renda elevada" o Chile, que é membro da OECD desde 2010, bem como a Letônia, a Lituânia e o Uruguai.

O próximo passo para obter o status de economia desenvolvida, poderá tornar-se o ingresso da Rússia na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), programado para o ano de 2015. José Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, destacou repetidamente que a adesão à organização "não é tanto uma questão de negociações, como no caso da OMC, mas de adequação do país a determinados critérios”. O nível de renda é apenas um deles.

Entre as recomendações básicas, ou seja, exigências da OCDE em relação à Rússia, também estão o aumento de produtividade através da redução do setor público, a desregulamentação dos negócios e a promoção da inovação. A divergência da Rússia com os princípios da OCDE também é observada em questões como a reforma da previdência (na OCDE são favoráveis à elevação da idade mínima para a aposentadoria e não a um encargo maior sobre o orçamento), regulação financeira e fiscal, condição da esfera social, supervisão ambiental etc.

Além disso Rússia não consegue alcançar o nível dos países desenvolvidos devido a um parâmetro tão básico, como o grau de estratificação da população de acordo com a renda: 10% dos russos mais ricos detêm 29,7% dos rendimentos, na maioria dos países desenvolvidos essa parcela é de 20 a 25%. No ranking da facilidade de fazer negócios, determinado também pelo BM, a Rússia ocupa o 112º lugar de 183. Já o Chile ocupa o 37º lugar, a Letônia, o 25º.

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