As baixas temperaturas no velho continente dispararam as vendas de gás, fazendo com que a empresa russa batesse seu próprio recorde Foto: Reuters
Diante de um frio anômalo na Europa e redução da oferta de gás da Noruega, a gigante estatal russa de gás Gazprom estabeleceu novos recordes de exportação diária de gás. Se a empresa continuar no atual ritmo de exportação, ela poderá ultrapassar 1% a meta de vendas externas prevista para este ano e exportar 153 bilhões de metros cúbicos de gás para a Europa em vez de 151,8 bilhões. Paralelamente, o crescimento das exportações tem como pano de fundo a baixa dos preços e a obrigação da empresa de pagar retroativamente a seus clientes o saldo entre o preço do contrato e o vigente no mercado, o qual está chegando perto US$ 1 bi.
O volume de exportação diária de gás tem sido o maior dos últimos cinco anos, registrando a marca de cerca de 466 milhões de metros cúbicos de gás. Desde o início de junho, a empresa exportou 29% de gás a mais do que no mesmo período do ano passado, diz um comunicado oficial da empresa. O crescimento impetuoso das vendas externas da empresa tem como principal causa o frio anômalo na Europa no final de maio passado e os trabalhos de manutenção técnica programados nas jazidas norueguesas.
Nos cinco primeiros meses deste ano, a Gazprom aumentou as exportações para a Europa em 6,4%, para 66,1 bilhões de metros cúbicos. Segundo os dados de 4 de junho, as vendas externas da empresa somaram pouco menos de 446,5 milhões de metros cúbicos. Essa quantidade também é grande e equiparável à vendida no início de abril, quando a época de calefação ainda não teve fim. Segundo a agência de notícias Interfax, o volume de pedidos de compra previstos para este mês permite ter esperança de que, em junho, as vendas externas da empresa cresçam 30%, para 12,9 bilhões de metros cúbicos, e 9,8%, para 79, 5 bilhões de metros cúbicos, no primeiro trimestre em geral. Se as exportações continuarem no atual ritmo de crescimento no segundo semestre, a marca anual pode atingir 153 bilhões de metros cúbicos.
A própria empresa espera em 2013 um crescimento de 9,4%, para 151,8 bilhões de metros cúbicos nas exportações para a Europa, e um crescimento de 15,7% para 74,5 bilhões de metros cúbicos nas vendas aos países bálticos e da CEI (Comunidade de Estados Independentes, composta por ex-repúblicas soviéticas, menos a Geórgia e os países bálticos). Em 2012, a Gazpom reduziu 8% as exportações, de 221,114 bilhões em 2011 para 203, 22 bilhões de metros cúbicos.
As exportações para a Europa diminuíram 7,5%, para 138,8 bilhões de metros cúbicos. No ano passado, as vendas de gás para a Europa Ocidental diminuíram 5,5%, para 105.820 milhões de metros cúbicos; e para a Europa Central, 13%, para 32,98 bilhões de metros cúbicos. Paralelamente, em 2012, as exportações para os países da Cei e os países bálticos somaram 64, 42 bilhões de metros cúbicos ou 9,4% a menos do que em 2011.
O preço médio de gás fornecido à Europa no ano passado foi de US$ 402 por mil metros cúbicos, enquanto nos países da CEI e bálticos, US$ 308. Em 2013, a estatal pretende diminuir o preço médio do gás exportado para a Europa entre 5,5% e 8% para US$ 370 a 380 por mil metros cúbicos.
Devido à baixa dos preços e sua revisão retroativa, a Gazprom terá de devolver a seus clientes o saldo entre o preço do contrato e o vigente no mercado . Assim, os encargos retroativos da empresa somarão cerca de US$ 800 a 900 milhões, tirando a importância a pagar à empresa alemão RWE em consequência da revisão dos preços.
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