De acordo com o Banco Central, pelo menos algumas dezenas de bancos se enquadram no círculo de ajuste obrigatório urgente e até uma centena se encontram sob suspeita Foto: ITAR-TASS
O Banco Central da Rússia vai endurecer o controle sobre as instituições bancárias do país. A recusa de cooperar com o BC pode acarretar sansões severas para os banqueiros —até mesmo a revogação da licença.
Mais de cem entidades podem estar sob suspeita de falta de transparência.
Recomendações detalhadas sobre como identificar e lidar com os bancos não transparentes foram enviadas no início do mês passado pelo Banco Central ao bancos em um documento intitulado “Sobre as medidas urgentes de ajuste rápido de supervisão”. O objetivo das recomendações é “evitar situações de rápida deterioração da situação financeira” dos bancos.
As recomendações contêm uma lista extensa de situações em que os bancos devem estar sujeitos a um controle total pelas administrações regionais do Banco Central, bem como uma lista de situações potencialmente arriscadas, em que este controle pode ser introduzido de maneira rápida, além de uma descrição detalhada das consequências que esperam os bancos que se vêem nestas situações.
Conforme explicou ao jornal “Kommersant” o vice-presidente do Banco da Rússia, Mikhail Sukhov, de acordo com as estimativas do Banco Central, pelo menos algumas dezenas de bancos se enquadram no círculo de ajuste obrigatório urgente e até uma centena se encontram sob suspeita, o que as coloca na situação de receberem medidas urgentes de ajusta.
Como situações de risco para os bancos, o BC atribui o aparecimento de novos proprietários tidos como duvidosos ou a identificação, por meio de informações na mídia e outros sinais indiretos, de que os supostos proprietários do banco não são reais.
Em seguida, por ordem de importância, vem o aumento em mais de 20% de pessoas físicas em um mês ou o crescimento de praticamente qualquer valor do balanço do banco em mais de 100% ao mês.
Outras situações de risco são: crescimento mensal de 10% de investimentos em títulos e investimento imobiliário com volumes acima de 20% do capital, saldos em espécie no caixa de mais do que 25% dos ativos, crescimento de transações com notas promissórias de mais de 30% por mês, entre outros.
Na prática, isso significa que o banco passa a apresentar diariamente suas formas básicas de relatórios, que em regime normal de supervisão são apresentados ao BC mensalmente.
Estes relatórios são analisados pelo controlador, com foco no objeto das operações feitas pelo banco e na sua veracidade. Se o relatório for duvidoso, e a situação ameaçar os interesses dos credores e depositantes, a direção do banco fica proibida de atrair depósitos. Se o banco se recusar de apresentar os relatórios diários para o Banco Central, a administração regional é recomendada a interceder junto ao escritório central, para revogar as licenças do banco.
“Acreditamos que um banco que apresenta sinais evidentes de situações que requerem maior atenção, deve obrigatoriamente divulgar informações detalhadas para o órgão de inspeção sobre a substância do que está acontecendo. O sigilo bancário para o controlador será reprimido”, informou Sukhov para o “Kommersant”.
Com as suas recomendações, o Banco Central pretende revitalizar o trabalho das administrações regionais para identificar e eliminar do mercado os agentes problemáticos e não transparentes.
“Estamos transportando a luta contra a não transparência nos relatórios dos bancos para uma base sistemática. As diretorias ficarão interessadas na execução das recomendações do aparelho central, pois este é um dos indicadores da eficácia de sua liderança na condução de uma auditoria interna no Banco Central”, diz Sukhov.
Publicado originalmente pelo Kommersant
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