Com estoque recorde de gasolina, petroleiras são forçadas a reduzir preço

Baixa de até 5,4% é a primeira queda significativa de preços em um ano Foto: Reuters / Vostock Photo

Baixa de até 5,4% é a primeira queda significativa de preços em um ano Foto: Reuters / Vostock Photo

Mesmo com acúmulo de mais de 1,9 milhões de toneladas do produto e reduções para compradores, consumidores finais não deverão sentir grande impacto.

Em meados de abril, a maior companhia privada de extração de petróleo da Rússia, a Lukoil, anunciou que iria baixar os preços nas bases de petróleo, refinarias de processamento e até mesmo nos postos próprios espalhados pelo país. a declaração surpreendeu os compradores que, com a chegava da primavera, costumam presenciar aumento dos preços associado à maior procura.

“A empresa sempre aderiu aos princípios de formação de preços do mercado dos combustíveis”, esclarece um porta-voz da Lukoil explicou a queda dos preços de petróleo. Isso porque as estatais Rosneft e Gazpromneft também anunciaram redução de preços da gasolina na faixa de 1,8 até 5,4% e de 1 a 3 %, respectivamente.

Além da redução acompanhar as tendências mundiais, outro fator explica a queda dos preços no mercado interno: as petroleiras acumularam recordes de estoques de gasolina. Em 1º de abril, havia uma reserva de 1,9 milhões de toneladas, além dos volumes adicionais provenientes de empresas bielorrussas que, até o final de 2013, prevê o fornecimento de 3,3 milhões de toneladas em derivados de petróleo. No total, a Bielorrússia irá prover 2,1 milhões de toneladas de gasolina, 1 milhão de toneladas de óleo diesel e 0,2 milhões de toneladas de combustível de jato.

“Hoje temos excesso de gasolina, estão todos nadando nela”, comentou Aleksandr Korsik, presidente da Bashneft, em entrevista ao jornal “Vedomosti”.

O analista da empresa IFC Solid, Dmítri Lukachov, também não exclui a possibilidade de a diminuição dos preços ser uma reação das petroleiras à recente declaração do ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, que exigiu do Serviço Federal Antimonopólio um acompanhamento maior dos preços de varejo para a gasolina.

Diante dos níveis de impostos alcançados, as companhias de petróleo arrecadaram, de acordo com o ministro, um lucro excessivo em torno de 7% do preço de venda. “O ministério está interessado em reduzir a inflação e demonstra o seu descontentamento com o alto custo do combustível no mercado”, declarou o responsável pela pasta.

“As petroleiras geralmente seguem a tendência mundial quando os preços estão subindo, mas raramente quando caem”, acrescenta Aleksêi Kokin, analista da Uralsib Capital. “É possível que como resultado da reconstrução das refinarias de petróleo a produção de gasolina tenha aumentado, e o mercado interno tornou-se mais orientado para o cliente.”

O presidente da Associação de Combustível de Moscou, Evguêni Arkucha, acredita que existe uma tendência de baixar os preços de varejo, mas as empresas relutam em fazê-lo. Segundo Arkucha, mesmo se a tendência de redução continuar, os preços nos postos não cairão muito. A partir de 1º de julho haverá um aumento nas taxas dos impostos sobre os combustíveis, o que é acrescentado antecipadamente no preço dos derivados.

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