Estoques americanos fazem subir o rublo

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Preço do petróleo no mercado mundial ultrapassa os US$ 100 por barril. Como resultado, índices russos subiram de 2,1% a 2,8% e fortalecem o rublo em relação ao dólar.

O preço do petróleo russo da marca Urals no mercado ultrapassou os US$ 100 por barril, alcançando os US$100,54 por barril, de acordo com a agência de notícias Reuters. No final da semana passada, seu preço chegou a US$101,7. O preço do petróleo do Mar do Norte, Brent, também subiu. Em cinco dias, o crescimento de diferentes tipos de petróleo foi de 3,8% a 4,1%.

Os dados sobre seus estoques nos Estados Unidos foram elemento principal para o aumento dos preços do petróleo. Na véspera, o API (Instituto Americano de Petróleo, na sigla em inglês) divulgou um relatório sobre a diminuição nos estoques de energia no país. Os suprimentos de petróleo nos Estados Unidos teriam diminuido em 845 mil barris ao final da última semana, segundo o instituto. 

“O mercado foi mantido pelos dados sobre as reservas", informou à agência Bloomberg Jonathan Barratt, diretor-executivo do Barratt´s Bulletin em Sydney, na Austrália. "Percebemos uma melhora na tendência em termos de demanda”.

O aumento dos preços fez as ações russas se mostrarem mais atrativas. Em 24 de abril, o mercado mostrou o maior crescimento diário em seis meses: o índice MICEX subiu 2,7%, para 1.377 pontos, enquanto o RTS, 3,1%, para 1.375 pontos. 

Um crescimento comparável na MICEX só foi atingido em 14 de setembro de 2012. Os leilões da maioria das fichas azuis (chips) fecharam em alta significativa. A Gazprom e a Lukoil subiram mais de 3,5%, e a Rosneft, 2,1%. 

Mas o salto mais significativo foi o da energia elétrica. As cotações da empresa Rushydro, da Holding IDGC e do FGC UES subiram em cerca de 10% cada.

O crescimento da atração pelas ações russas influenciou também o mercado doméstico da moeda. Em 25 de abril, o valor do dólar na bolsa de valores de Moscou baixou para 31,4615 rublos/USD, uma queda de 16 copeques (centavos de rublo) em relação ao fechamento de terça-feira. 

Depois da pausa de uma semana e meia, o euro caiu abaixo de 41 rublos, para 40,958 rublos por euro, o que equivale a 13 copeques abaixo do fechamento do dia anterior. O custo da cesta de duas moedas baixou 15 copeques, para 35,728 rublos.

É prematuro, porém, pensar que isso seja uma recuperação, diz o vice-presidente do banco de investimentos BCS, Artiom Argetkin. Vale a pena esperar os próximos dados da sexta-feira de fluxo de dinheiro para os fundos de investimento na Rússia, e se houver um saldo positivo, será possível dizer que o fundo do poço já passou. 

Nas últimas nove semanas, segundo a consultoria EPFR, os investidores apenas retiraram dinheiro dos fundos voltados para a Rússia. Desde o início do ano, perdeu-se mais de US$ 1,3 bilhões. 

“Não posso destacar nem causas complexas, nem naturais para o crescimento. Surge uma pergunta: por que hoje e não, por exemplo, ontem?", diz Eugene Monakhov, do Deutsche Bank. 

E é improvável que o mercado cresça vigorosamente. Existem muitas razões pelas quais as ações possam estar mais baratas, mas mais caras, não. A abordagem do mercado russo hoje é a pior dos últimos 2 a 3 anos.

A média prevista para o petróleo para este ano permanece em US$ 112 por barril, segundo Vladímir Pantiushin, economista-chefe em assuntos da Rússia e CEI (Comunidade dos Estados Independentes) da Barcklays. "O crescimento do mercado de ações do Barclays pode ocorrer em junho e julho, mas é improvável que ajude a mudar radicalmente a situação. Os investidores olham com frieza para a Rússia.”

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