China e Rússia foram os dois países do Brics com maior fuga de capital nos últimos meses Foto: ITAR-TASS
Na semana passada, a Rússia registrou uma saída recorde de capitais dos fundos de investimento estrangeiros que operam no país, alcançando a ordem de US$ 400 milhões. É a oitava semana consecutiva que os fundos de investimento estrangeiros registram saídas avultadas de capitais no país e, desde o início deste ano, US$ 1,2 bilhão saíram do país.
De acordo com a consultoria norte-americana Emerging Portfolio Fund Research (EPFR), na semana entre 4 e 10 de abril, os clientes retiraram US$ 393 milhões (3% dos ativos estão sob a gestão) dos fundos de investimento. O maior índice de fuga registrado nos últimos meses havia sido registrado na última semana de setembro de 2011, quando os investidores retiraram US$ 443 milhões dos fundos de investimento russos.
Ao que tudo indica, o segundo trimestre continuará sendo extremamente desfavorável para os fundos russos. A saída de capitais, ainda lenta em março passado, aumentou de intensidade neste mês de abril. De acordo com os analistas da empresa Uralsib, depois da crise de 2008, uma fuga semelhante de capitais só foi registrada em agosto e setembro de 2011.
Preocupados com as previsões desfavoráveis de preço para o petróleo e outras commodities, os investidores abandonam o mercado russo. “Outra razão pela qual o mercado russo está deixando de ser atrativo para os investidores estrangeiros são problemas de gestão corporativa em muitas grandes empresas”, disse ao jornal “Vedomosti” o presidente-executivo do Templeton Emerging Markets Group, Mark Mobius.
“A Rússia é um país atraente para investir agora. Consideramos a atual fraqueza do mercado como oportunidade para aumentar o peso da Rússia em nossa carteira de investimentos”, acrescenta o gerente de portfólio da BlackRock Emerging Europe Fund, Sam Vecht. “O que está acontecendo não é o problema do mercado russo, mas de todos os mercados emergentes”, adianta o especialista. Segundo Vecht , os setores que ainda apresentam margem de expansão são o bancário, de telecomunicações, de TI e de energia elétrica.
Enquanto isso, o índice da Bolsa Interbancária de Câmbio de Moscou caiu 6% desde o início do ano e recuou mais de 10% em relação ao pico.
Novos emergentes
Nos demais países do Brics, a situação não é muito melhor, já vez que os investidores estrangeiros estão preferindo outros mercados emergentes como o México, Indonésia e Turquia. Nas últimas três semanas, a fuga de capitais dos demais Brics somou mais de US $ 2,5 bilhões. A maior saída, da ordem de mais de US$ 1 bilhão, foi registrada na China. Segundo a EPFR, nas últimas três semanas, os investidores injetaram mais de US$ 1,2 bilhão em fundos mexicanos enquanto os fundos indonésios vêm atraindo cerca de US$ 100 milhões semanalmente.
Com materiais dos veículos Vedomosti e Kommersant
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