Agência federal cancela licença da Red Wings

Tu-204 da companhia aérea econômica Red Wings. Foto: Divulgação

Tu-204 da companhia aérea econômica Red Wings. Foto: Divulgação

Encerramento das atividades da empresa expõe situação difícil das companhias aéreas econômicas na Rússia.

No último domingo (3), a agência federal de transporte aéreo da Rússia (Rosaviatsia) cancelou a licença da companhia aérea econômica Red Wings, que operava voos fretados para diversos destinos nacionais e internacionais desde 1999.

A empresa contava com uma frota de 10 aviões de passageiros Tu-204, em grande parte de fabricação russa, sendo o maior comprador deste modelo de aeronave.

Em 2012, a Red Wings transportou mais 817 mil passageiros, sobretudo para destinos turísticos, ocupando a 17ª posição entre as companhias aéreas mais ativas na Rússia.

Apesar de o relatório da Rosaviatsia citar problemas financeiros que afetavam a segurança da empresa, a agência afirmou que sua decisão não tem nada a ver com o acidente ocorrido no aeroporto moscovita de Vnukovo em dezembro de 2012. Na ocasião, um dos aviões da companhia ultrapassou a pista e invadiu uma rodovia, matando cinco pessoas.

A Red Wings é de propriedade de Aleksandr Lebedev, bilionário partidário da oposição que também é dono dos jornais britânicos “The Evening Standard” e “Independent”. Lebedev disse que a decisão da agência reguladora foi recebida com surpresa e que iria recorrer diretamente ao governo, já que sua empresa é uma das maiores consumidoras internas de aeronaves de fabricação russa.

A decisão chega para desestabilizar ainda mais o principiante setor de companhias aéreas econômicas na Rússia. Os únicos outros dois atores desse mercado, Avianova e SkyExpress, faliram ao mesmo tempo no fim de 2011. A Avianova, por exemplo, foi à falência devido a um conflito entre os investidores, apesar de ter voos operando para mais de 30 destinos.

As principais companhias aéreas do país, Aeroflot e Transaero, também já manifestaram desejo de entrar nesse segmento várias vezes, mas nunca chegaram a concretizar os planos.

Entre os maiores desafios, estão a falta de pilotos treinados (a proibição de pilotos estrangeiros está elevando os salários na Aeroflot até cerca de US$ 13 mil por mês), a ausência de legislação que permita bilhetes não reembolsáveis e outras opções de categoria simples, além de aeroportos baratos na região de Moscou.

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