Rússia irá reduzir gastos militares

O governo russo já foi forçado a cortar os gastos com defesa em 2016, quando despesas militares caíram para cerca de US$ 2,7 bilhões.

O governo russo já foi forçado a cortar os gastos com defesa em 2016, quando despesas militares caíram para cerca de US$ 2,7 bilhões.

AP
Diminuição das despesas em 2018 não deve alterar rearmamento do exército.

A crise econômica e as sanções financeiras continuam a prejudicar a economia russa, por isso o governo terá que diminuir os gastos militares e cortar o orçamento para 2018.

"Neste outono, teremos que elaborar o orçamento para o próximo ano. O projeto de lei inclui cortes no orçamento militar, mas isso não afetará o rearmamento do exército e da Marinha ", declarou o presidente russo, Vladímir Pútin.

O governo russo já foi forçado a cortar os gastos com defesa em 2016, quando despesas militares caíram para cerca de US$ 2,7 bilhões.

De acordo com o diretor do Centro de Análise Estratégica e Tecnologias da Rússia, Ruslan Pukhov, a declaração do presidente não foi uma surpresa.

“O povo russo não deve se preocupar com a diminuição do financiamento do exército. Os cortes não afetarão o rearmamento: as forças terrestres, aéreas e navais receberão novos sistemas e equipamentos de alta tecnologia”, disse Pukhov.

A maior parte do orçamento do Ministério da Defesa (US$ 48 bilhões, cerca de 4% do PIB do país) é gasto em sistemas militares de novas gerações: aviões de combate, bombardeiros, tanques, submarinos e navios de guerra. Até 2022, o exército russo receberá mais de US$ 370 bilhões em investimentos.

Os especialistas militares acreditam que o governo diminuirá o orçamento militar congelando e adiando diversos projetos militares.

"Muitos projetos e trabalhos científicos serão adiados pelo governo. Por exemplo, atualmente a Rússia não precisa investir muito dinheiro no desenvolvimento do sistema de mísseis baseado em trilhos Barguzin com mísseis balísticos intercontinentais de nova geração. Portanto, esse trabalho poderá ser adiado por alguns anos”, explicou o analista militar do jornal "Izvêstia", Dmítri Safonov.

Ele também acredita que o governo adiará o desenvolvimento do PAK DA, um bombardeiro estratégico de nova geração, porque o exército já tem outros sistemas capazes de realizar as mesmas tarefas.

Ao mesmo tempo, os especialistas concordam que diversos programas de mísseis nucleares não serão adiados nem receberão cortes.

O ministro da Defesa da Rússia, Serguêi Choigu, declarou no início deste ano que o setor militar do país está trabalhando continuamente para criar o novo míssil Sarmat ICBM, que pesa cem toneladas e tem uma carga útil de 10 toneladas. Os primeiros mísseis serão entregues às Tropas Estratégicas de Mísseis em 2020 e substituirão o R-24V Voevoda, hoje considerado o míssil estratégico mais pesado do mundo, com 211 toneladas e uma carga útil de nove toneladas. Segundo Safonov, o novo míssil será capaz de voar 17 mil km. 

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