Exercício conjunto envolvendo tropas russas e bielorrussas
Maksim Blinov/RIA NôvostiNos mais recentes exercícios do Exército russo, o alarme soou sem aviso prévio às tropas. Além disso, a geografia das manobras é muito diversificada. Tanto a equipe como os equipamentos de combate são deslocados milhares de quilômetros, das regiões centrais para a Sibéria e o Extremo Oriente. No entanto, hoje em dia, tornou-se caro e impraticável construir cidades fictícias para testar armas nucleares, bem como contratar figurantes para simular a população civil de um suposto inimigo.
Fora isso, de um modo geral, o Exército russo não realizaria um ataque contra a população civil do inimigo, mas contra suas forças armadas. É por isso que os militares do país ainda utilizam armas obsoletas como alvos durante os exercícios. Outra técnica empregada é a de “iscas infláveis” produzidas especialmente para as Forças Armadas da Rússia. O objetivo é fabricar equipamentos tecnológicos completos, incluindo protótipos de tanques feitos de material metalizado sobre a borracha que, nas telas de localização, são praticamente indistinguíveis das máquinas usadas em combate – e a tecnologia inflável é também capturada por infravermelho.
Exercícios militares na região de Pskov, em 2016 (Foto: Serguêi Konkov/TASS)
Essa tecnologia é usada para fazer cópias de qualquer tipo de equipamento de combate. As inovações ajudam não só a abandonar o uso de protótipos de madeira e veículos de combate de infantaria, mas também melhoram o nível dos exercícios.
Nos últimos anos, a Rússia tem conduzido exercícios regulares porque, após o colapso da URSS, o Exército nacional, que já não estava em perfeitas condições, praticamente não deixou o quartel nem tinha recursos para realizar manobras.
URSS e Rússia tsarista
O Exército russo tem experiência substancial na realização de exercícios. As manobras eram, muitas vezes, realizadas para fins demonstrativos – isto é, para que soldados, uniformes e equipamentos pudessem ser vistos.
Normalmente, os participantes desses exercícios costumavam ser oficiais de alto nível. Na Rússia pré-revolucionária, o tsar acompanhava os exercícios para observar as qualidades de combate do Exército imperial.
Os exercícios militares ganharam especial atenção durante a União Soviética. Nos anos 1930, a URSS foi uma das primeiras a realizar manobras em larga escala com a participação de tropas aerotransportadas. Em 1935, como parte dos exercícios na Ucrânia e na Bielorrússia, os generais soviéticos e estrangeiros assistiram a um salto de 3.700 e 5.700 paraquedistas, respectivamente.
O feito era tão inusitado que ganhou as páginas da imprensa europeia na época – nenhum outro país era capaz do mesmo.
Manobras militares da URSS, em 1966 (Foto: Evguêni Kassin/Mark Redkin/TASS)
Após a Segunda Guerra Mundial, a organização dos exercícios na URSS passou a ser realizada conforme os cânones da ciência militar.
No início da década de 1950, as superpotências desenvolveram a tática de usar armas nucleares para romper as fortificações inimigas no decorrer de um eventual confronto militar. Pensando nisso, em 1954, a URSS realizou exercícios em grande escala no campo de tiro de Totsk, no sul dos Urais. Para dimensionar as consequências de um ataque nuclear, foram montados quilômetros de fortificações militares e instalados dezenas de equipamentos de combate no epicentro do campo de tiro, com a participação de 45 mil militares.
O maior exercício da história do Exército russo foi o Oeste-81, realizado em 1981 na fronteira ocidental da Rússia. Mais de 100 mil militares participaram das manobras, juntamente com milhares de tanques e aeronaves de combate. No quesito dimensão, só poderia ser comparado com as enormes operações da Segunda Guerra Mundial.
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