Embarcações suprirão necessidades militares que hoje são realizadas por navios civis.
Rank_X/flickr.comO novo programa para consolidação da presença militar da Rússia no Ártico contará com a produção de veículos militares capazes de operar em duras condições climáticas, formação de brigadas árticas e construção de aeroportos e infraestrutura militar na região, segundo fonte no complexo militar-industrial que não quis ser identificada
Além disso, o Ministério da Defesa da Rússia teria encomendado em 2014 novos quebra-gelos militares de fabricantes estatais.
Por muitos anos, foram quebra-gelos civis que abriram caminho para os navios militares, o que criou muitas dificuldades na logística dos navios no Ártico.
Hoje, para poder usar navios quebra-gelos, os militares precisam realizar inúmeras negociações e assinar diversos acordos com o governo e empresas civis.
Para evitar esse processo atribulado, o Ministério da Defesa decidiu construir seus próprios quebra-gelos destinados a fins militares no Ártico.
“Ilya Muromets”
O primeiro quebra-gelo construído para o Ministério da Defesa foi o navio do Projeto 21180 “Ilya Muromets”. A embarcação, cuja construção foi finalizada em 2016, será modernizada até o final de 2017.
Esse quebra-gelo diesel-elétrico de nova geração foi projetado para garantir o acesso da Marinha russa aos territórios do Ártico durante todo o ano.
No entanto, o “Ilya Muromets” não carrega armamentos a bordo. Assim, é quase indistinguível dos quebra-gelos para uso civil.
“Ivan Papanin” e “Nikolay Zubov”
Devido à impossibilidade de armar navios do Projeto 21180, o Ministério da Defesa decidiu desenvolver um novo tipo de embarcação que poderá ser usada como quebra-gelo e navio militar ao mesmo tempo.
O principal navio do Projeto 23550, “Ivan Papanin”, será entregue à Marinha russa em 2019.
“O Ministério não quer se limitar a apenas um quebra-gelo militar e, em 2018, iniciará o desenvolvimento do segundo navio do Projeto 23550, que receberá o nome de ‘Nikolay Zubov’.
O segundo navio combinará as qualidades de um quebra-gelo e de navio de carga e de resgate com as capacidades de um navio de guerra”, disse à Gazeta Russa o especialista militar Dmítri Litóvkin.
O “Nikolay Zubov” possibilitará defesa e monitoramento de recursos hídricos do Ártico, assim como acompanhamento de navios detidos.
Na atualidade, existe um único quebra-gelo de combate no mundo. Chamado “Svalbard”, ele pertence à Guarda Costeira da Noruega.
O Canadá também está desenvolvendo uma série de navios da classe “Harry DeWolf” semelhantes ao norueguês.
“O ‘Ivan Papanin’ terá caraterísticas superiores a seus análogos estrangeiros. O navio russo poderá realizar ataques contra grupos de navios e alvos terrestres”, diz Litóvkin.
Navios armados até os dentes
O “Ivan Papanin” será armado com mísseis de cruzeiro “Kalibr-NK” e, segundo especialistas militares independentes, poderá carregar ainda oito lançadores de mísseis.
“Esse quebra-gelo de combate terá convés aberto e sua popa abrigará um compartimento livre com diversos módulos removíveis”, diz Litóvkin.
Os módulos poderão ser usados para levar armamentos e diferentes lançadores, inclusive para mísseis “Kalibr”, mísseis “anti-navio X-35” e minas de dragagem.
Além disso, todos os quebra-gelos militares do Projeto 23550 serão equipados com armamento naval “AK-176MA”, que podem disparar até 125 tiros por minuto, com o alcance efetivo de até 16 quilômetros.
O “AK-176MA” é a primeira arma naval na Marinha russa produzida com base em tecnologia furtiva, que ajuda a reduzir a visibilidade dos radares inimigos.
O navio também poderá levar helicópteros “Ka-27”, terá um hangar para aeronaves e veículos aéreos não tripulados (VANTs) e dois barcos de combate de alta velocidade “Raptor”.
Todos os quebra-gelos militares do Projeto 23550 terão 110 metros de comprimento e 20 metros de largura e poderão quebrar blocoa de gelo de até 1,5 metro - uma profundidade menor em comparação com os quebra-gelos civis, que quebram até 2,8 metros.
Para Litóvkin, porém, isso não impedirá a passagem bem-sucedida de navios ao longo da Rota do Mar do Norte e o cumprimento de suas missões.
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