Atual número de militares russos na ativa é apenas metade do dos EUA
Evguêni Biatov/RIA NôvostiO contingente russo aumentará em 19 mil militares, somando mais de 1,9 milhão, até 1º de julho, de acordo com um decreto assinado pelo presidente russo Vladimir Pútin. Entre os novos oficiais, 13.698 estarão na ativa, e os demais serão trabalhadores civis.
Embora o aumento seja relativamente pequeno, em comparação ao contingente total, é a primeira vez em anos que as forças armadas ou policiais serão incrementadas.
Em fevereiro de 2015, por exemplo, o Ministério das Finanças russo solicitou que as agências de aplicação da lei russas reduzissem substancialmente os gastos, incluindo a dispensa de 10% do pessoal, como parte de cortes no orçamento.
O tenente-general Valéri Zaparenko, que já foi vice-diretor do Diretório Operacional Principal do Estado-Maior Geral da Rússia, acredita que o atual aumento esteja relacionado com o aparecimento de novos tipos de tropas, como os regimentos para patrulhar as ilhas Curilas (território que é alvo de disputa com o Japão).
“A Rússia não é Bahamas”
Segundo o tenente-general Anatóli Sitnov, ex-diretor de armamento das Forças Armadas, no caso de séria ameaça à segurança nacional, a Rússia poderá não ser capaz de aumentar rapidamente o número de soldados.
É por isso que, para Sitnov, é necessário ter unidades que, mesmo em tempos de paz, já estejam equipadas com a mais recentes tecnologias e prontas para o combate.
“A decisão do presidente russo se enquadra perfeitamente na nossa realidade política e militar: o nosso país não é as Bahamas, e a Rússia precisa implementar forças em todas as direções estratégicas”, diz Sitnov.
“Além disso, deve-se prestar especial atenção ao desenvolvimento e à modernização dos recursos de reconhecimento, desde a órbita espacial ao trabalho em campo.”
Diversos comandantes e colaboradores dos diretórios principais e centrais da pasta da Defesa acreditam que o aumento do contingente tenha relação direta com as recentes ações do país na Síria e com o estabelecimento de bases permanentes no país árabe. Nesse aspecto, os especialistas não excluem a possibilidade de o governo russo estar tentando desenvolver uma estrutura jurídica e organizacional.
Apesar da iniciativa, alguns analistas afirmam que o aumento proposto ainda é insuficiente para o país. “Um milhão de militares para um país tão grande é muito pouco”, diz o almirante Víktor Kravtchenko, ex-chefe do Estado-Maior da Marinha.
A implantação de novos comandos e unidades militares nas fronteiras russas requer contingente adicional, destaca o ex-comandante das Forças Terrestres, Aleksêi Maslov. “Eu não acho que a decisão do presidente russo se refira apenas às tropas terrestres; outros tipos de tropas militares exigem tal qual atenção”, arremata.
1. China (2,34 milhões)
2. EUA (1,4 milhão)
3. Índia (1,33 milhão)
4. Russia (766.325)
5. Coreia do Norte (700 mil)
Publicado originalmente pelo site Gazeta.ru
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