Perdas humanas em operações podem se tornar mínimas com advento de robôs
Press PhotoO tenente-general Andrêi Grigoriev, doutor em Ciências Técnicas e diretor da Fundação de Estudos Avançados da Rússia, contou em entrevista à agência RIA Nôvosti como serão as armas das guerras do futuro.
Quando irá surgir um protótipo de robô de combate?
A tarefa da fundação não é a criação de robôs de combate e seus sistemas. Este é o objetivo de alguns de nossos clientes, como o Ministério da Defesa, o Serviço Federal de Segurança e o Ministério de Situações de Emergência. Nossa tarefa é criar os componentes para que esses robôs funcionem: base de instrumentos, sistemas de comunicação, motores, sistemas de gestão coletiva, interação “operador-máquina” e tudo o mais. O Ministério da Defesa sabe de que jeito deve ser o robô de combate que atenda às suas necessidades. Porém, o designer que irá desenvolvê-lo não irá construir o robô do zero, ele terá à disposição um conjunto de peças com o qual rapidamente poderá criar a máquina que o cliente deseja. É justamente nisso que consiste a tarefa da fundação.
Já temos um robô de combate, o Nérekhta, que na verdade é o protótipo de nossa futura plataforma de combate. Ele não foi feito exclusivamente para o Ministério da Defesa, é uma plataforma que vamos ampliar por meio do desenvolvimento de tecnologias-chave.
Nérekhta é o protótipo da futura plataforma de combate Foto: Press Photo
O projeto de desenvolvimento da nova geração do Ratnik, o equipamento do "soldado do futuro", já foi elaborado?
O trabalho com o Ratnik-2 está sendo realizado no Ministério da Defesa e nós estamos trabalhando, por assim dizer, com o Ratnik-3. Na verdade, aqui chamamos esse projeto de Legionário. Pela primeira vez estamos considerando as armas portáteis e a proteção pessoal de nossos soldados como partes de um grande sistema, que inclui armamentos, sistemas de comunicação, meios de proteção contra estilhaços e balas e equipamentos de alta qualidade que permitem ao soldado sentir-se confortável em praticamente qualquer condição climática. Também estão incluídos nesse projeto as pesquisas de desenvolvimento referentes à nutrição dos soldados, aos meios de suporte médico, à evacuação e ao diagnóstico e tratamento eficaz de doenças, independentemente da localização. Estamos avaliando as possibilidades da prática de medicina remota e da robótica médica, para que seja possível planejar uma cirurgia e o tratamento médico de um soldado que esteja em outro continente.
Como você vê o campo de batalha do futuro?
Vejo uma robotização cada vez maior. As tarefas militares serão cumpridas com o mínimo de perdas para os exércitos. Gradualmente, o soldado irá se transformar em operador e se afastar do campo de batalha.
Grigoriev: "O soldado vai se afastar do campo de batalha" Foto: Press Photo
Quais são as perspectivas dos veículos não tripulados, como lanchas e tanques?
A nosso ver, o futuro pertence aos sistemas não tripulados. Os combates serão travados entre potentes unidades robóticas, que irão combater tanto em terra como no ar, na água e no espaço, sempre integradas a grandes sistemas unificados de reconhecimento e ataque.
Que projetos estão em fase de conclusão?
Já iniciamos os testes abertos do projeto Herbário, um sistema de desenvolvimento coletivo de engenharia de software. Também está sendo concluído o projeto conjunto com o Ministério de Situações de Emergência denominado Sistema 112. Em seguida, nosso laboratório irá se ocupar da solução de problemas referentes ao reconhecimento de imagens, para que o imenso número de operadores que rastreiam eventos extraordinários por meio de câmeras de vigilância possa ser substituído por sistemas automatizados.
Plataforma tecnológica para criação de um androide Foto: Press Photo
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