Projeto fotográfico exibe evenques da Buriátia com tatuagens nos rostos como seus antepassados ​​

Cultura
ANNA SORÔKINA
Os evenques, um povo indígena da Sibéria Oriental, costumavam tatuar seus rostos e mãos com padrão incomum. Pegavam pelos de veado, tingiam-nos de preto com pedras ou fuligem, enfiavam-nos em uma agulha e literalmente costuravam ornamentos na pele.

Os portadores dessas tatuagens eram apelidados de “rostos costurados” e anotações sobre eles foram preservadas pelos etnógrafos do século 18 Jacob Lindenau e Johann Georg Gmelin.

Um grupo de amigos da cidade de Ulan-Ude – Olga Dachieva, Olga Imeeva, Daria Bakhanova, Ruslan Vatchelanov e Elena Tsidinova, que estão envolvidos no estudo e preservação da cultura evenque – decidiram reproduzir os padrões em seus rostos.

“As tatuagens foram desenhadas para nós por maquiadores”, diz Olga Dachieva. “Só conhecíamos as tatuagens evenques por relatos. Então, quisemos incorporar esse traço do grupo étnico evenque à realidade. Aliás, recentemente, o jovem artista ‘ULTAN KAI’ [Maksim Karamzin] fez uma tatuagem inspirada em nosso projeto.”

As figuras tatuadas representam chifres de cervos, caminhos, pandeiros e ídolos sagrados.

Essas tatuagens eram aplicadas para enfatizar os diferentes status sociais (caçador, pastor de renas etc.) e também como um amuleto contra os espíritos malignos.

Atualmente, os padrões característicos dos evenques permanecem apenas em bordados e esculturas em osso; tatuagens não são mais comuns. Os pesquisadores observam, porém, que tais marcas também são características de outros povos étnicos do Norte, como iacutos e thuktchi.

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