“O poeta da ideia de Estado” — foi assim que o cineasta Serguêi Eisenstein se referiu a Ivan 4º, que uniu as terras, criando um Estado russo centralizado. A ideia de fazer um filme sobre ele partiu de Ióssif Stálin. De todos os candidatos possíveis, as autoridades da época escolheram o diretor de ‘O Encouraçado Potemkin’ e ‘Alexander Nevsky’. Ao receber o convite, o cineasta não pensou duas vezes e passou mais de duas semanas estudando materiais relacionados a Ivan, o Terrível. Após esse período, ele então respondeu — ele não faria apenas um, mas três filmes: o primeiro retrataria a ascensão de Ivan ao poder e a campanha contra Kazan; o segundo trataria da chamada ‘oprítchnina’; e o terceiro apresentaria as políticas seguintes do tsar.
O protagonista foi escalado de imediato: Nikolai Tcherkassov havia brilhado em ‘Alexander Nevsky’ e recebido o Prêmio Stálin por seu papel como o príncipe. Mas as filmagens foram um verdadeiro desafio: o poder soviético estava constantemente apressando Eisenstein, mas só era possível filmar à noite. Afinal, durante o dia, a eletricidade era usada para abastecer as fábricas que estavam trabalhando para a frente de batalha.
Os espectadores, que ficaram encantados em assistir à ação no salões do Kremlin de Moscou, não faziam ideia dos esforços para recriar os episódios.
O filme foi lançado em janeiro de 1945 e logo se tornou popular: quase um milhão de pessoas assistiram à obra no primeiro ano. ‘Ivan, o Terrível’ também recebeu o Prêmio Stálin. Inspirado por seu sucesso, Eisenstein enviou a Stálin a segunda parte. A resposta do líder foi inequívoca: proibir a sua exibição, já que o filme teria muitos paralelos com o seu próprio governo.
O diretor acabou sofrendo um ataque cardíaco e jamais se recuperou. Em 1948, Eisenstein veio a falecer. A segunda parte foi lançada postumamente, porém, somente após a morte de Stálin, em 1958.
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