O Museu Estatal Púсhkin (também grafado como Pushkin) de Belas Artes é o maior museu de Moscou dedicado à arte europeia e um dos maiores do mundo neste gênero. O fundador, Ivan Tsvetaev, acreditava que o museu educacional da Universidade de Moscou deveria apresentar o desenvolvimento da arte desde os tempos antigos até o Renascimento. O acervo foi criado para a formação artística e histórica dos jovens, sendo a primeira instituição deste tipo na Rússia. A decoração de cada sala do museu corresponde à época das obras apresentadas nela.
Atualmente, o Museu Púсhkin preserva em acervo mais de 670 mil obras de arte, entre pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, artes decorativas, arqueologia, fotografia e numismática.
A extensa coleção egípcia do museu é baseada na coleção do orientalista Vladímir Golenischev, adquirida em 1909. O sarcófago de Mahu, no centro do salão, é um dos mais antigos da coleção do museu. O objeto é coberto com uma mistura de betume e resinas pretas, que os egípcios associavam à cor da terra fértil e ao renascimento de Osíris. O corpo do rei do submundo era frequentemente pintado de preto nas imagens. Listras verticais e horizontais cobertas com folhas de ouro imitam bandagens de múmia.
O nobre Mahu servia no templo do deus Ámon em Tebas, um importante centro religioso na capital durante o Novo Império. O seu título, Ahuti, poderia ser traduzido como “cultivador”. Mas, obviamente, ele não cultivava a terra; era provavelmente o dono das terras pertencentes ao templo.
Esses retratos realistas pintados sobre madeira foram encontrados perto do oásis Faium, no, Egito e são considerados uns dos mais antigos que sobreviveram até os dias de hoje. Eles eram usados como uma espécie de máscara, presos com ataduras de linho à mortalha em que a múmia era então envolvida. No total, há 22 retratos raros na coleção do museu.
Em 1945, tesouros encontrados durante as escavações de Troia pelo arqueólogo aventureiro Heinrich Schliemann foram levados de Berlim para a URSS. Cerca de 260 itens foram recebidos pelo Museu Púсhkin. Os tesouros, porém, foram escondidos do público por quase 50 anos; até a década de 1990, eles ficaram em um depósito fechado especial. Entre eles está um grande diadema dourado do chamado Tesouro de Príamo (ou Tesouro “A”). Cientistas sugerem que pertenceu a uma rainha ou sacerdotisa.
No século 17, esta pintura do gênio veneziano estava na coleção do artista flamengo Anthony van Dyck. Em 1772, o retrato foi adquirido para a coleção do Hermitage, em São Petersburgo, e, em 1928, foi transferido para o Museu Púсhkin.
Durante muito tempo, os especialistas em arte pensavam que esse retrato de um jovem havia sido criado por Leonardo da Vinci, porque o gênio italiano desenhou um quadro que retrata um jovem muito parecido. No entanto, hoje em dia, os pesquisadores duvidam dessa hipótese e preferem acreditar que o retrato foi pintado pelo pupilo de Leonardo, Giovanni Antonio Boltraffio.
Nos acervos do Museu Púсhkin há uma extensa coleção de gravuras e quadros do pintor holandês Rembrandt, o que permite traçar como o estilo do artista se desenvolveu. Rembrandt pintou o tela “Haman e Assuero na festa de Ester” já na idade adulta, quando tinha 54 anos.
O artista pintou este quadro não para um cliente, mas para si mesmo, sem ajuda de aprendizes. A fonte de inspiração foi um sarcófago antigo com imagens de cenas báquicas – o chamado sarcófago Uvarov. Rubens começou a trabalhar na pintura de “Bacanal” em meados da década de 1610 e não a terminou até sua morte. Ela é baseada no mito de Dionísio, Bacantes e Sátiros.
Aluno de Rubens, Van Dyck foi o pintor da corte do rei inglês Carlos 1º e fez este retrato duplo em várias etapas. Primeiro, ele retratou Senhora d’Aubigny, a esposa secreta do conde George Stuart. Um ano depois, quando a família do conde aceitou o casamento secreto, Van Dyck adicionou a imagem da Condessa de Portland, irmã de George.
Essa obra é um dos primeiros dessus-de-portes de Chardin, ou seja, naturezas mortas usadas como inserções em cima de portas para decorar o interior. Quase todo o espaço da tela é ocupado pela mesa do artista com diversas ferramentas, e no centro está um molde escultural da cabeça de Mercúrio.
Por muito tempo, os especialistas acreditavam que este retrato feminino foi pintado por Rafael. Mas, na realidade, a pintura foi criada por seu pupilo. Não se sabe exatamente quem o artista retratou, mas a maioria dos historiadores de arte acreditam que a tela apresenta Fornarina, amante e musa de Rafael.
Acredita-se que o artista pintou essa obra para as portas de um pequeno altar portátil. As duas outras partes, com imagens dos Santos Domingos e Jerônimo, podem ser encontradas no Hermitage, em São Petersburgo.
Essa obra foi criada por encomenda da favorita do Rei Luís 15º, a Marquesa de Pompadour. O filósofo Denis Diderot, embora tenha criticado o artista por suas cores excessivamente brilhantes, admitiu: “A Virgem Maria é indescritivelmente bela, tocante e cheia de amor…”.
A imagem da Virgem Maria com o menino Jesus, sentados em um coreto coberto de uvas, não foi integralmente preservada. As partes inferior e direita da pintura foram provavelmente cortadas. Esta é uma das obras mais famosas de Cranach, o Velho — sendo uma obra-prima da arte renascentista do Norte. O autor escolheu uma videira como fundo porque ela lembra a encarnação humana do Salvador e simboliza a Igreja.
Esta obra retrata a história antiga descrita por Tito Lívio em sua “História de Roma desde a Fundação da Cidade”. Em 209 a.C., o líder militar romano Públio Cornélio Cipião Africano conquistou Cartago. Uma das cativas era uma linda garota, Lucrécia. Quando Cipião soube que ela amava Alúcio, ele demonstrou generosidade: não tomou a moça como sua concubina, ele a devolveu ao noivo junto com o dinheiro que os pais dela haviam pago por ela e até uniu as mãos dos amantes. A pintura, que exalta a nobreza das ações do líder militar, é considerada um dos exemplos mais marcantes do Classicismo.
A imagem representa uma variação de um tema do norte da Europa predominante no século 17 intitulado “Vanitas”, uma alegoria da impermanência e da transitoriedade da vida terrena, da glória e da beleza.
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