Pela primeira vez, pintores russos se voltavam para a representação de pessoas comuns no século 19, retratando crianças camponesas e escolas rurais, que apareceram nas pinturas dos realistas e dos artistas “Itinerantes” (Peredvíjniki).
Eles tendiam a mostrar não apenas imagens idílicas e as expressões vigorosas dos rostos dos estudantes, mas também cenas dramáticas como reprovação em provas.
O artista Nikolai Bogdanov-Bélski criou uma série de tipos de pinturas sobre a educação camponesa. Ele representava não apenas crianças, mas também adultos nas salas de aula. Há um contraste interessante entre a aparência dos pupilos (muitas vezes em sapatos lapti e roupas esfarrapadas) e a atmosfera organizada da escola.
Durante a era Soviética, a educação se tornou uma das peças-chave do realismo socialista, a única arte oficial na URSS. Naquelas pinturas, podemos ver ‘pioneiros’ (escoteiros soviéticos) felizes, estudantes em uniformes escolares e as preparações para 1º de setembro, data que, a partir dos anos 1930, se tornou o primeiro dia do ano letivo em toda a URSS (e, depois de 1984, uma data oficial conhecida como “Dia do Conhecimento”).
Uma das pinturas mais famosas sobre escola é “Notas baixas novamente” de Fiódor Rechétnikov (que, de certa maneira, repete o tema da pintura de 1885, “Reprovado” de Dmítri Jukov, mas em outro cenário e realidade). Podemos ver toda uma paleta de emoções – a vergonha no rosto do garoto estudante, a tristeza de sua mãe, a zombaria de seu irmão e a censura de sua irmã. Apenas o cachorro é solidário ao garoto.
Rechétnikov pintou uma trilogia sobre um garoto estudante – o trabalho artístico abaixo “Reavaliação” mostra o mesmo garoto entediado em seus estudos, enquanto os colegas então aproveitando o verão.
E a pintura “Chegada nas férias” apresenta um cadete da escola Suvorov exemplar cumprimentando seu avô, que ele foi visitar nas férias de inverno. O jovem está obviamente orgulhoso do seu status e de seu uniforme.
Serguêi Grigoriev, um artista socialista realista, criou uma série de gêneros de pintura sobre escola. Ele mostrava diretamente a função social da escola – admissão na Komsomol, a União da Juventude Comunista – como uma prova, onde o estudante aparece diante de uma comissão de uma escola infantil similar.
Ou, por exemplo, a prática frequente em reuniões escolares de envergonhar uma criança por uma nota baixa. Reproduções dessa pintura circularam amplamente em escolas soviéticas.
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