Esta música surgiu no início do século 20 e se acredita que era originalmente uma canção de dança cigana frequentemente executada em festas. Fazia parte do repertório de vários cantores famosos do início do século 20.
A versão e o arranjo musical de Lídia Ruslánova são os mais conhecidos atualmente. A canção se tornou muito popular em concertos no front durante a Segunda Guerra Mundial e Ruslánova chegou a cantá-la nos degraus do Reichstag (prédio do parlamento alemão) após a tomada de Berlim pelo Exército Vermelho.
A versão original folclórica desta canção era cantada pelos cocheiros de Moscou que viajavam com um sino numa troika (trenó) ao longo da "Píterskaia" (a estrada que liga São Petersburgo a Moscou) e da rua Tverskaia-Iamskaia.
A canção se tornou mais popular quando foi interpretada por Fiódor Chaliápin, famoso cantor do início do século 20. Combinava várias canções de cocheiros com melodias urbanas.
‘Vo pole berioza stoiala’ é uma das mais antigas canções conhecidas atualmente. A sua melodia foi gravada e orquestrada por Piotr Tchaikóvski e Nikolai Rimski-Korsakov. Na versão original, era cantada por uma garota triste que se casou à força e que depois partiu alguns ramos de bétula para fazer uma balalaica com eles.
A canção estaria relacionada com a festa ortodoxa da Trindade e com o costume russo, que remonta aos tempos pagãos eslavos, de celebrar a primavera, dar bailes de roda “khorovod” e decorar as casas com bétulas. A canção é acompanhada por uma dança de roda popular, a "bétula".
Esta "tchastuchka" (canção folclórica humorística russa) se tornou muito popular durante a Guerra Civil Russa. Uma das suas versões "revolucionárias" se tornou o hino não oficial dos marinheiros vermelhos.
As primeiras notações musicais da canção apareceram no início do século 20. Mais famosa que a canção em si é a arrojada dança de marinheiro que a acompanha, com agachamentos, pernas abertas e saltos de um pé para o outro, semelhante a uma dança cossaca.
Esta canção popular e suas variações eram cantadas por trabalhadores, transportadores de barcaças e outras pessoas que se dedicavam a trabalhos pesados. A canção é conhecida desde a década de 1860, quando foi escrita. Mais tarde, se tornou uma canção revolucionária dos proletários e uma das melodias mais populares da Revolução Bolchevique de 1917. Sua interpretação mais famosa é a de Fiódor Chaliápin.
Esta canção militar, cantada por soldados enquanto marchavam, tinha um grande número de versos, que podiam ser inventados na hora. Alguns soldados tinham de responder a outros, e um refrão era repetido: "Soldatuchki, bravi rebiatuchki!" Todos os versos estão relacionados com o valor militar. Por exemplo: "Soldados, bravos rapazes / Onde estão os vossos filhos? / Os nossos filhos são os canhões na carruagem / É lá que estão os nossos filhos!"
Esta canção popular cossaca é também conhecida como "O sonho de Stenka Razin" e é considerada uma parábola. A canção fala de um cossaco que sonha com o anúncio de sua morte. Foi escrita no final do século 19 e, mais tarde, em meados do século 20, foi composta uma orquestração para acompanhá-la. Atualmente, é frequentemente interpretada pela cantora popular Pelageia.
Esta antiga canção romântica cossaca é cantada em nome de um cossaco moribundo: ele pede a um corvo que voe até o rio Don (à sua terra natal) e anuncie a todos sua morte iminente. Há várias versões da canção, que se acredita ser uma reelaboração popular de um poema do oficial russo Nikolai Verevkin, publicado em 1831.
Em muitas histórias e canções populares, apelos ao inverno e à geada, com o pedido de poupar as pessoas, são repetidos de diferentes formas. Na coleção registrada pelo etnógrafo Pavel Chein, há uma canção de Tula com a seguinte letra: "Inverno, meu inverno feroz! Peço-te: não me congele!" Antigamente, quando embarcavam numa longa viagem durante o inverno, os russos nunca sabiam se chegariam ao seu destino ou se sucumbiriam e morreriam congelados, por isso esses cânticos buscavam afastar o infortúnio.
Muitos acreditam que a versão mais famosa de “Oh frio, frio” foi gravada em 1956 por Maria Uvárova, solista do Coro Russo de Voronej, juntamente com seu marido. Ela tentou provar a sua autoria durante muitos anos, mas nunca conseguiu.
A canção também ganhou grande popularidade depois de ter sido interpretada por Valéri Zolotúkhin no filme "O Mestre de Taiga" (1968).
É provável que você se surpreenda com o fato da mais famosa canção folclórica russa - "Kalinka-Malinka" - não constar da nossa lista. A maioria dos pesquisadores tende a acreditar que ela foi escrita em 1860 pelo folclorista de Saratov Ivan Larionov. E ganhou fama mundial depois de ter sido arranjada pelo compositor soviético Aleksandr Aleksandrov e interpretada pelo Coro do Exército Vermelho.
No entanto, havia uma canção semelhante que poderia ter inspirado Larionov - "Kalinuchka s malinuchkoi" ("Viburninho com framboesinhas"). Não é tão alegre e extravagante, mas mais melancólica. Era frequentemente apresentada na ópera durante a era soviética.
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