Artista, pensador, arqueólogo, advogado, Nicholas Roerich (também grafado como Nikolai Roerich) poderia ter se tornado famoso em diferentes áreas, mas escolheu o caminho da pintura. Ele viajou por quase todo o mundo, estudou a história da Rússia Antiga, participou em escavações arqueológicas e fez expedições de investigação ao Tibete, Índia, Mongólia, Japão, Altai e Sibéria. Roerich acreditava que “a consciência da beleza salvará o mundo”. De uma forma ou de outra, todas as suas pinturas estão ligadas a esse ponto de vista.
O futuro artista passou a infância e a juventude em São Petersburgo. Ainda adolescente, ele e sua família foram para a propriedade Izvara para participar das escavações de túmulos e estudaram as lendas da Rússia Antiga. Foi lá que ele pintou suas primeiras obras, incluindo o quadro “O Mensageiro”, sobre a inimizade das tribos eslavas. Por esta pintura, Nicholas Roerich recebeu o título de artista da Academia Imperial de Artes, e o colecionador Pável Tretiakov a comprou para sua galeria.
Aluno do famoso pintor russo Arkhip Kuindzhi, Roerich se formou pela Academia Imperial de Artes e, no outono de 1900, foi a Paris para fazer cursos no ateliê de Fernand Cormon. O mestre francês foi o primeiro a ver o esboço da pintura “Convidados Estrangeiros”. Alguns anos antes, Roerich viajou pela rota comercial de Nôvgorod, imaginando como os barcos varangianos navegavam lá nos tempos antigos.
Em 1903, o artista foi para a mansão da princesa Tenicheva para decorar o interior da casa principal. Roerich ficou muito impressionado com a Igreja do Espírito Santo perto da mansão e, alguns anos depois, começou a decorar os murais da igreja. Acredita-se que o artista pintou o “Tesouro dos Anjos” para o túmulo do príncipe Viatcheslav Tenichev, retratando a pedra angular do universo, que contém o bem e o mal, guardada por anjos. Essa obra lhe trouxe reconhecimento internacional, tendo sido exposta em Paris, Londres e Viena. Durante mais de 10 anos, a pintura ficou guardada no Museu Roerich de Nova Iorque.
No início do século 20, Roerich começou a criar cenografias e figurinos para produções teatrais. A primeira experiência foi com a peça “Os Três Magos”, no Antigo Teatro de São Petersburgo. Roerich também foi notado pelo famoso empresário artístico russo Serguei Diaguilev: em 1909, ele o convidou para criar cenários para as performances de “Temporada Russa”. Roerich criou figurinos e diversas versões do cenário para a ópera "Príncipe Igor". Diaguilev não se enganou na escolha, e o público europeu foi à loucura com as peças. O cenário “Campo de Polovetzki” foi comprado pela Galeria Tretiakov.
Em 1923, junto com sua esposa Elena e seu filho Iúri, o artista começou uma viagem à Ásia Central que durou cinco anos, passando por Índia, China, Altai, Sibéria, Tibete e Mongólia. Ao longo do caminho, o artista pintou cerca de 500 obras, incluindo a série “Suíte Maitreia”: reflexões pitorescas sobre a chegada do futuro Buda e o início de um tempo de paz, quando as pessoas trabalharão juntas para o benefício da humanidade.
Uma viagem ao Tibete inspirou o artista a criar uma série de pinturas de impressionantes paisagens montanhosas. No final de 1927, Roerich visitou as montanhas Tanggula (Tangla), um dos sistemas montanhosos mais altos do Tibete.
Em 1935, o artista se mudou para a Índia, onde pintou mais de 1.000 quadros e escreveu dois livros. Suas obras desse período foram expostas nas maiores galerias do mundo, e seu museu pessoal foi inaugurado em Paris. O artista queria voltar para sua pátria, mas não recebeu permissão para entrar na URSS. Stálin pessoalmente mandou que os pedidos de Roerich não fossem respondidos.
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