5 fatos sobre Eisenstein que provam que ele era um gênio

Cultura
ANNA SORÔKINA
Considerado “pai” da teoria da montagem, cineasta soviético quase foi para Hollywood.

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Os filmes mudos de Serguêi Eisenstein sobre a Revolução Russa de 1917 lhe trouxeram reconhecimento mundial. Nascido em 22 de janeiro de 1898 em Riga (então parte do Império Russo), o famoso diretor e roteirista de cinema foi pioneiro em vários aspectos. 

  1. Encouraçado Potemkin é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos

O drama de Eisenstein feito em 1925 sobre o motim de 1905 entre marinheiros e oficiais a bordo de um encouraçado imperial em Odessa é um clássico do cinema mundial. Figura nas listas dos melhores de todos os tempos desde a década de 1950. 

Foi a segunda parte da “trilogia revolucionária” de Eisenstein, entre A Greve e Outubro.

  1. Eisenstein foi o “pai” da teoria da montagem

Eisenstein é conhecido como o inventor da teoria da montagem intelectual e da montagem rítmica, entre outras. Usando sua técnica especial de edição de filmes, retratava o rápido desenvolvimento dos acontecimentos na tela – separando cada cena em fragmentos antes de reorganizá-las em sua ordem preferida.

  1. Stálin se recusou a aceitar a sequência de Eisenstein de 'Ivan, o Terrível'

O último projeto de Eisenstein, Ivan, o Terrível (1944), foi feito a pedido de Stálin e deveria fazer parte de uma trilogia. O cineasta recebeu o prêmio estatal de maior prestígio pela primeira parte, mas foi duramente criticado por Stálin pela segunda. “É uma coisa nojenta!”, disse o líder soviético em uma reunião da liderança do Partido Comunista em agosto de 1946. O primeiro filho da trilogia começa com o início do reinado de Ivan, o período antes de o governante se tornar “terrível”. A segunda parte, porém, mostra a crescente oposição dos boiardos e trata dos episódios mais polêmicos do reinado de Ivan – a campanha opríchnina contra os nobres. Stálin via os regimentos da guarda de Ivan (oprichniki), formados para lutar contra seus oponentes, como um “exército progressivo”.

“Você descreve os oprichniki como a Ku Klux Klan”, reclamou Stálin. O segundo filme foi revisado e só foi exibido nas telonas em 1958, após a morte do diretor. A terceira parte mal saiu do papel, mas uma de suas cenas foi exibida em 1988.

  1. Eisenstein poderia ter trabalhado em Hollywood

Em 1929, Eisenstein – junto com o diretor Grigóri Aleksandrov e o diretor de fotografia Eduard Tisse – fez uma viagem de negócios à Europa Ocidental e aos Estados Unidos. O diretor lecionou em universidades de Londres, Amsterdã, Bruxelas e Hamburgo e falou à rádio em Berlim. Naquele ano, preparou um roteiro para a Paramount Pictures para uma adaptação cinematográfica de Uma Tragédia Americana, de Theodore Dreiser, mas foi recusado. Acredita-se que tenha sido motivado pela onda anticomunista nos EUA na época.

Em dezembro de 1930, o diretor mudou-se para o México para filmar ¡Que viva México! sobre a história e o cotidiano do país. O longa não foi concluído em vida, mas finalizado por Aleksandrov e exibido em 1979.

  1. Morreu prestes a ver o nascimento do cinema colorido

Eisenstein costumava fazer experimentos com cor no cinema e tentava colorir até algumas cenas de seus filmes. Faleceu em 11 de fevereiro de 1948, antes que a cor deixasse sua marca no cinema – na época, estava trabalhando em um artigo intitulado “Cinema colorido”.

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