1. Karl Briullóv
“O Último Dia de Pompeia”, de Karl Briullóv.
Um dos melhores retratistas russos, Briullóv viajou muito pela Europa, passando grande parte da vida na Itália.
A monumental tela “O Último Dia de Pompeia”, com seus vastos 6,5 metros de largura, e que retrata dramaticamente o momento em que a antiga cidade italiana foi destruída, rendeu-lhe reconhecimento internacional.
Sua primeira exposição em Roma gerou furor. Depois, a pintura foi transferida para o Louvre, em Paris, onde foi premiada com uma medalha de ouro no Salão de Paris de 1834.
Posteriormente, ela foi dada de presente ao tsar Nikolai I e hoje se encontra no Museu Púchkin, em São Petersburgo.
Os numerosos retratos encomendados a Briullóv pela nobreza italiana também trouxeram enorme popularidade a Briullóv. O artista passou os últimos anos de vida próximo a Roma, na casa do amigo Angelo Tittoni, cuja família herdou parte do legado artístico de Briullóv.
2. Vassíli Verescháguin
“Vassili Verestchagin, Painter, Soldier, Traveler” (em tradução livre, “Vassíli Verescháguin, Pintor, Soldado, Viajante”) é o título do livro que foi publicado pela Associação de Artistas Americanos na primeira exposição do russo nos EUA.
As três qualificações englobam toda sua vida. Pintor famoso de cenas de batalha e etnógrafo, Verescháguin participou de campanhas militares e testemunhou o que mais tarde retratou em suas tela (chegando a testemunhar a morte de um soldado durante a Guerra Russo-Japonesa).
O pintor deve sua fama a grandes exposições europeias e americanas que estrelou projetando cuidadosamente sua "cenografia" e exibindo séries de pinturas ao lado de artefatos de viagens.
Uma das mais conhecidas foi a exposição de sua série no Turquestão, ocorrida no Crystal Palace, em Londres, em 1873. Outra exposição triunfante aconteceu em Nova York, em 1888, que foi seguida por uma turnê de três anos pelas principais cidades norte-americanas (Chicago, Filadélfia, Boston, St. Louis etc.), além de um leilão, em 1891, em que 110 obras suas foram vendidas.
3. Léon Bakst
Entre 1909 e 1910, Serguêi Diáguilev levou seus balés “Scheherazade” e “Cleópatra” a Paris. Seu enorme sucesso levou fama não apenas aos dançarinos, mas também a Bakst, artista que projetou os figurinos e cenários.
O "orientalismo russo", com seu primoroso erotismo, passou do palco para os salões moda, já que Bakst vendeu seus desenhos para o estilista Paul Poiret, introduziu a moda dos turbantes, das calças largas e das perucas coloridas e vestiu a extravagante Marchesa Сasati.
Depois da estreia do balé, seguiram-se uma exposição lotada no Louvre e encomendas de retratos e pinturas murais provenientes de milionários norte-americanos, como os Rothschild e os Morgan.
Em 1914, ele fez sua primeira exposição nos EUA, que saiu em um bem-sucedido tour de Nova York para a Filadélfia.
4. Borís Kustódiev
O criador da mais "russa" das pinturas que retratam feiras e mulheres de mercadores próximas a seus samovares, Kustódiev é o único artista do país a receber uma medalha de ouro na Bienal de Veneza em toda a história.
Em 1907, o Pavilhão Russo foi curado pelo empresário Serguêi Diáguilev. Graças a ele, a Europa pode conhecer então os melhores pintores russos da época, mas foi Kustódiev quem recebeu o prêmio principal.
O júri ficou extremamente impressionado com seu retrato da família Polenov, que hoje se encontra no Museu Belvedere, em Viena, e com o retrato do conde N. P. Ignatieff. Um estudo para o retrato do conde foi exposto na TEFAF (Feira Europeia de Belas Artes), em Maastricht, em março deste ano.
5. Vassíli Kandinsky
O inventor da arte abstrata Vassíli Kandínski (também grafado Wassily Kandinsky) dividiu a vida entre a Rússia, a Alemanha e a França.
A principal parte de seu trabalho foi feita em Munique, onde ele participou da Academia de Belas Artes, formou o grupo “Cavaleiro Azul” de artistas expressionistas, montou sua primeira individual e lecionou na escola de artes, mudando-se depois para ensinar na Bauhaus em Weimar, Dessau e Berlim.
Munique abriga uma das melhores coleções de seus trabalhos mais canônicos. Outra coleção importante que registra o surgimento da arte não objetiva é a do Museu Guggenheim, em Nova York.
6. Kazimír Malêvitch
O “Quadrado Negro”, pintado por Malêvitch em 1915, tornou-se símbolo da arte de vanguarda e manifesto de um novo mundo artístico em que o principal critério não era mais a semelhança com o mundo real.
Além das fronteiras da URSS, a marcha triunfal do Suprematismo - o movimento que Malêvitch inventou - começou no final da década de 1920 com uma grande exposição do artista em Varsóvia e Berlim.
As pinturas que ele selecionou para a exposição nunca retornaram à Rússia, e podem ser vistas hoje no Museu Stedelijk, em Amsterdã, e no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Malêvitch também continua a ser o artista russo que tem as obras mais caras, e sua “Composição Suprematista” foi vendida em leilão da Sotheby's em 2008 por 60 milhões de dólares.
7. Nikolai Féchin
Nascido em Kazan, este virtuoso retratista que criou um estilo próprio bastante marcante desaprovou a Revolução e, em 1923, emigrou para os EUA, onde viveu de maneira bem-sucedida por 30 anos.
Em Nova York, ele realizou exposições e encontrou uma clientela pronta a recebê-lo que incluía grandes colecionadores e celebridades. Suas obras estão em diversos museus norte-americanos e coleções privadas e figuram regularmente em leilões pelo mundo todo.
8. Pável Tchelíschev
Expoente clássico do modernismo e místico, o “Dalí russo” Tchelíschev (trambém grafado Tchelitchew) foi um dos emigrantes mais cheios de cor do período revolucionário.
Até recentemente, Tchelíschev era mais conhecido na Europa e na América do Norte que na Rússia. O Museu de Arte Moderna de Nova York tem cerca de 150 obras dele, enquanto a Galeria Tretiakov, em Moscou, tem apenas uma, deixada de herança no testamento do artista.
Descendente de uma família nobre, ele emigrou para Berlim em 1920, depois se mudou para Paris e depois, nos anos 1930, para os EUA.
Uma dos primeiras a reconhecer seu talento foi a lendária Gertrude Stein, que comprou sua “Cesta de Morangos”, que ficava pendurada no apartamento dela ao lado de seu amado Picasso. Os dois foram bastante comparados, e a comparação nem sempre dava vantagem ao espanhol.
Mas era nos Estados Unidos que ele encontraria a verdadeira fama, criando cenários e vestimentas para os balés de Balanchine e pintando retratos. O reconhecimento oficial veio com uma individual no Museu de Arte Moderna, em 1942.
Principal representante dos Conceitualistas de Moscou e o mais bem-sucedido dos artistas não oficiais da URSS, Kabakóv conseguiu transmitir uma dimensão humana universal, compreensível e avidamente recebida ao redor do mundo, sobre as condições de vida cotidianas soviéticas e a falta generalizada de liberdade.
Ele vive em Nova York desde o final da década de 1980, realizando individuais por todo o mundo em lugares como o Museu de Arte Moderna de Nova York, o Pompidou, em Paris, e a Tate, em Londres.
10. Grícha Brúskin
A fama mundial chegou a Brúskin (também grafado “Grisha Bruskin”), literalmente, em um segundo, durante uma batida de martelo de leilão.
Em 1988, no primeiro e único leilão da Sotheby's realizado em Moscou, seu “Léxico Fundamental” foi vendido por uma quantia sem precedentes para a arte não oficial russa: US$ 416.000.
O comprador foi o diretor de cinema Milos Forman, vencedor do Oscar. Duas semanas depois, Brúskin já estava nos EUA. Ali, ao contrário da URSS, suas exposições não eram proibidas - pelo contrário, seu trabalho era muito exposto.
Assim ele assinou contrato com um dos gigantes do mercado da arte, a Galeria Marlborough, que continua a representá-lo até hoje.
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