O jornal britânico The Guardian, cujas revisões de livros conferem renome e respeito, publicou uma lista dos “10 melhores romances sobre Deus” onde inclui “Irmãos Karamázov”, de Fiódor Dostoiévski e o best-seller “Laurus”, do escritor contemporâneo Evguêni Vodolázkin, que já ganhou versões em diversas línguas.
“[Deus] não aparece muito frequentemente na ficção, mas nesses livros, escritos por autores que vão de Fiódor Dostoievski a John Updike, seu impacto é todo-poderoso”, lê-se no The Guardian.
“Irmãos Karamázov” provavelmente não seja tão popular como “Crime e Castigo”, apesar de ser considerado por muitos críticos russos o romance mais importante e complicado de Dostoiévski.
Na realidade, Dostoiévski planejou que este romance fosse a primeira parte de uma obra muito maior, “A história do grande pecador”. Mas o autor morreu antes que de terminá-la.
O foco do romance é o caçula de três irmãos, Aliôcha, que é monge. Em um sentido espiritual, ele pode ser comparado ao Príncipe Mishkin, personagem principal do romance “O idiota”. Enquanto seu irmão mais velho, Ivan, é ateu, Aliôcha está envolto em mistério e enfrenta uma turbulência interior.
“[Ivan Karamázov] pergunta a Aliôcha se ele faria um mundo que acabasse em amor universal às custas do sofrimento de um único filho. É a questão que todos os religiosos devem se fazer, para depois viver com sua resposta”, lê-se no The Guardian.
Laurus é um romance completamente diferente, embora seu foco central também esteja em um homem de Deus: um ortodoxo do século 15 que se torna um “louco por Cristo”.
O romance mostra a vida deste santo medieval descrevendo sua infância, a vida errante e a morte.
O autor, Evguêne Vodolázkin, retrata cidades da antiga Rus (o Estado que antecedeu a Rússia), como Pskov, e usa muitas palavras arcaicas.
Em inglês, o desafio de sua tradução foi brilhantemente executado por Lisa Hayden. Em português, porém, ainda não se encontraram tradutores atrevidos que o tomassem.
“Comovente, intenso e muitas vezes engraçada, esta novela tem como grande conquista levar-nos para dentro do mundo medieval da fé, onde Deus e a santidade permeiam todas as coisas”, lê-se no The Guardian.
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