Buscando Deus? Descubra dois romances russos que podem te ajudar!

“Fiódor Dostoiévski. Noite”. Obra do tríptico “A lenda do grande inquisidor”, de Iliá Glazunov, 1986.

“Fiódor Dostoiévski. Noite”. Obra do tríptico “A lenda do grande inquisidor”, de Iliá Glazunov, 1986.

Igor Boyko/Sputnik
A maior parte da literatura russa parece ser dedicada à busca de Deus e ao propósito da existência humana. O Russia Beyond apresenta dois romances que se destacam no ‘crème de la crème’ sobre a questão divina.

O jornal britânico The Guardian, cujas revisões de livros conferem renome e respeito, publicou uma lista dos “10 melhores romances sobre Deus” onde inclui “Irmãos Karamázov”, de Fiódor Dostoiévski e o best-seller “Laurus”, do escritor contemporâneo Evguêni Vodolázkin, que já ganhou versões em diversas línguas.

“[Deus] não aparece muito frequentemente na ficção, mas nesses livros, escritos por autores que vão de Fiódor Dostoievski a John Updike, seu impacto é todo-poderoso”, lê-se no The Guardian.

Cena do filme “Os irmãos Karamázov” (2008).

“Irmãos Karamázov” provavelmente não seja tão popular como “Crime e Castigo”, apesar de ser considerado por muitos críticos russos o romance mais importante e complicado de Dostoiévski.

Na realidade, Dostoiévski planejou que este romance fosse a primeira parte de uma obra muito maior, “A história do grande pecador”. Mas o autor morreu antes que de terminá-la.

O foco do romance é o caçula de três irmãos, Aliôcha, que é monge. Em um sentido espiritual, ele pode ser comparado ao Príncipe Mishkin, personagem principal do romance “O idiota”. Enquanto seu irmão mais velho, Ivan, é ateu, Aliôcha está envolto em mistério e enfrenta uma turbulência interior.

“[Ivan Karamázov] pergunta a Aliôcha se ele faria um mundo que acabasse em amor universal às custas do sofrimento de um único filho. É a questão que todos os religiosos devem se fazer, para depois viver com sua resposta”, lê-se no The Guardian.

“Louco por Cristo”.

Laurus é um romance completamente diferente, embora seu foco central também esteja em um homem de Deus: um ortodoxo do século 15 que se torna um “louco por Cristo”.

O romance mostra a vida deste santo medieval descrevendo sua infância, a vida errante e a morte.

O autor, Evguêne Vodolázkin, retrata cidades da antiga Rus (o Estado que antecedeu a Rússia), como Pskov, e usa muitas palavras arcaicas.

Em inglês, o desafio de sua tradução foi brilhantemente executado por Lisa Hayden. Em português, porém, ainda não se encontraram tradutores atrevidos que o tomassem.

“Comovente, intenso e muitas vezes engraçada, esta novela tem como grande conquista levar-nos para dentro do mundo medieval da fé, onde Deus e a santidade permeiam todas as coisas”, lê-se no The Guardian.

 

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