Olhem bem para esse homem vestido com uma camisa e botas de camponeses. É possível imaginar que ele era um conde, nascido em uma família nobre e um dos maiores escritores de todos os tempos? Assim era Tolstói, que passou a maior parte dos dias em sua propriedade rural em Iasnáia Poliana, na região de Tula (200 quilômetros ao sul de Moscou), onde vivia cercado pelo esplendor do campo. Nesta foto, Tolstói, aos 79 anos, é retratado em frente à sua casa. / 1908
Lembra-se da passagem de “Anna Karenina” em que Levin toma uma foice de um dos seus camponeses e começa a capinar para se acalmar? Essa cena (e todo o personagem de Levin) é autobiográfico. Tolstói adorava usar a foice e fez isso até os últimos anos de vida porque considerada essa tarefa ‘relaxante’. / 1890
O convite do escritor para dar uma volta era muitas vezes evitado por amigos e familiares de Tolstói. Para ele, uma caminhada durava algumas poucas horas, por vários quilômetros, e a passos acelerados. Todo mundo ficava exausto, exceto o próprio Tolstói, que não continuou a fazer tais passeios até os 80 anos. Nessa foto, o escritor (com sua filha Aleksandra atrás dele) e um pequeno grupo seguem para a inauguração da primeira biblioteca pública em Iasnáia Poliana. / 1910
Tolstói tinha dezenas de passatempos, como tênis, equitação e ciclismo, além do xadrez. Nessa imagem, o autor aparece brincando com Dmítri, o filho de Vladímir Tchertkov (líder do movimento tolstoviano, bem como amigo e editor de Tolstói). Também pode-se ver a ponta de uma tela, na qual estava retratado o escritor. Para o autor da obra, Mikhail Nesterov, era bem conveniente que Tolstói gostasse de xadrez, pois, assim, ficava sentado por horas sem se mexer. / 1907
Além de ser visto como inteligente, severo e sério, Tolstói guardava um lado emocional. Basta observar essa imagem do escritor com sua neta Tatiana. O escritor sempre separava um tempo para cuidar da educação dos netos. / 1908
Embora fosse um nobre, Tolstói se recusava a ter servos. Ele não apenas cortava seu gramado, mas limpava a casa. Todos os dias, dezenas de pessoas vinham visitar sua casa em Iasnáia Poliana para ficar em sua companhia. Mas Tolstói também ia para outras aldeias e se encontrava com pessoas. Testemunhas da época chegaram a lembrar que, no dia que esta foi tirada, fazia muito calor na região. É por isso que Tolstói havia saído para encontrar um grupo de camponeses usando apenas uma camisa e uma calça com suspensórios. / Vila de Krekchino, região de Moscou. 1909
Nesta imagem, Tolstói e sua esposa, Sofia Andreevna, são retratados em seu 34º aniversário de casamento. Andreevna era 16 anos mais nova do que o marido; eles passaram 50 anos juntos e deram à luz 13 crianças. Ela suportava bravamente a natureza tempestuosa do autor e reescreveu o manuscrito de “Guerra e Paz” várias vezes à mão enquanto Tolstói fazia correções. / 1896
Por manter-se fisicamente ativo ao longo de sua vida, Tolstói era muito saudável. Esta foto do autor segurando uma bengala é uma raridade (assim como o fato de, nesta foto, estar acompanhado de um cão, em vez de um cavalo). / Inverno, 1908
Tolstói passava a maior parte do tempo em Iasnáia Poliana, mas também costumava viajar para Moscou (onde tinha uma casa) e para a Crimeia (onde gostava de ir ao mar, como pode-se nesta foto com sua filha Aleksandra).
Por ser sua filha mais nova, Aleksandra dedicou toda a sua vida ao pai. Era secretária e assistente pessoal de Tolstói, além de escrever os diários ditados por ele. Ela é responsável pela fundação tanto do Museu Iasnáia Poliana como da Fundação Tolstói, e escreveu memórias e livros sobre o pai. Emigrou para os EUA, onde morreu aos 95 anos. / 1901
Aqui Tolstói é novamente apresentado como um “homem comum” à espera do trem. Na foto, ele descansa a perna sobre a mala, após, provavelmente, uma longa caminhada para chegar à estação.
Essa imagem foi feita um ano antes de Tolstói repentina e secretamente fugir de casa e pegar um trem para fora da cidade. Após 10 dias, o autor adoeceu e parou na estação de Astapovo, onde veio a falecer. / 1909