Pesquisadores da Expedição Antártica retornam ao Brasil após 70 dias

Equipe brasileira na ICCE

Equipe brasileira na ICCE

ufrgs.br
Missão com 57 especialistas que partiu do Porto de Rio Grande em 23 de novembro percorreu mais de 27 mil quilômetros ao redor da costa antártica.

O navio russo Akademik Tryoshnikov, onde estavam os pesquisadores internacionais, atracou de volta ao Porto de Rio Grande na manhã da última sexta-feira (31), marcando o fim da Expedição Internacional de Circum-navegação Costeira Antártica (ICCE), que foi liderada por brasileiros.

A missão coordenada pelo professor Jefferson Cardia Simões, do Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), contou com 57 pesquisadores de outros seis países além do Brasil: Argentina, Chile, China, Índia, Peru e Rússia.

“Estamos vendo que o clima está apresentando pontos de mudanças rápidas que podem desestabilizar o sistema e esse é o desafio”, disse Simões durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (3).

Ao longo dos mais de 29.316 km percorridos pela costa antártica, os especialistas coletaram amostras e realizaram estudos que ajudam a compreender os impactos das mudanças climáticas no planeta.

Segundo Simões, já foi possível observar algumas ocorrências que sinalizam efeitos da mudança climática na Antártica: a formação de córregos de derretimento sobre geleiras e plataformas de gelo; a redução da salinidade do oceano Austral (principalmente perto da costa); a presença de microplásticos em amostras da neve Antártica; e a intensificação do derretimento das geleiras na ilha Rei George e expansão dos campos de musgo.

“Até 2100 temos uma projeção de aumento médio do nível do mar entre 28 e 110 centímetros, sendo que 50% derivam do derretimento das geleiras e 50% da expansão térmica do mar. Atualmente, a Antártica contribui com 15 milímetros desse aumento em cada década”, acrescentou o o pesquisador. 

Embora o continente antártico esteja contribuindo atualmente com menos de 10% desse aumento do nível do mar, ele “passará a ser o principal contribuinte porque está aquecendo mais”, garante Simões.

Os materiais coletados durante a expedição serão agora analisados por laboratórios ao redor do mundo a fim de obter uma visão mais ampla das transformações ambientais na região.

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