Como a explosão da “Tsar Bomba” soviética assustou o mundo inteiro

Invólucro da Tsar Bomba em exposição no Museu de Armas Nucleares do Instituto Russo de Pesquisa Científica de Física Técnica, em Snejinsk

Invólucro da Tsar Bomba em exposição no Museu de Armas Nucleares do Instituto Russo de Pesquisa Científica de Física Técnica, em Snejinsk

Boris Klipinitser/TASS
Essa bomba, que continua a ser a arma nuclear mais poderosa já criada e testada até hoje, comprovou novos princípios de concepção para cargas termonucleares de alto rendimento, permitindo, como referiu o seu relatório final, a criação de um dispositivo nuclear de “potência praticamente ilimitada”.

Há exatos 63 anos, em 30 de outubro de 1961, a URSS testou uma bomba termonuclear com rendimento de 58 megatons de TNT no Ártico. O seu poder destrutivo revelou-se milhares de vezes superior ao da bomba Little Boy (“menininho”, em português) americana lançada sobre Hiroshima em 1945.

O plano original era criar e detonar uma bomba de 100 megatons. Ao apresentar a ideia, o líder soviético Nikita Khruschov exclamou: “Deixem a bomba de 100 megatons pairar sobre os capitalistas como a espada de Dâmocles!”.

Devido ao suposto efeito destrutivo ao meio ambiente, a potência foi reduzida pela metade. Ainda assim, as consequências da explosão foram horripilantes.

O cogumelo gigante após a explosão da bomba AN602, que ficou mundialmente conhecida como “Tsar Bomba”, atingiu uma altura de 67 quilômetros; o impacto foi sentido a uma distância de 1.000 quilômetros do epicentro; em uma aldeia abandonada a 400 quilômetros do epicentro, árvores e telhados foram arrancadas, janelas quebradas. A onda de choque circulou o globo três vezes.

A detonação da bomba termonuclear mais poderosa da história, desenvolvida pelo cientista soviético Andrêi Sákharov, chocou o mundo inteiro. “Este teste me jogou num estado de choque que nunca tinha experimentado antes”, declarou o primeiro-ministro japonês Hayato Ikeda.

As grandes potências iniciaram imediatamente negociações relativas à não proliferação de armas de destruição em massa.

Em 1963, a URSS, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha assinaram o Tratado de Interdição Parcial de Ensaios Nucleares, que proíbe testes de armas nucleares na atmosfera, no espaço sideral e debaixo d’água, exceto aquelas realizadas no subsolo. Até hoje, esse tratado foi assinado por 131 países.

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