Centro de irradiação com tecnologia russa começa a operar na Bolívia

Ciência e Tecnologia
NIKITA PETROV
Centro Polivalente de Irradiação (CMI), com sede em El Alto, garantirá a segurança dos produtos agrícolas por meio da irradiação de raios gama, atendendo aos padrões internacionais. Isso permitirá à Bolívia o acesso a mercados antes fechados ao país.

O Centro Polivalente de Irradiação (CMI), construído pela estatal russa Rosatom para a Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN), é composto por um irradiador industrial e um irradiador autoblindado.

Seguindo os padrões internacionais de segurança, o centro ajudará a fornecer proteção alimentar por meio da eliminação de microrganismos, fungos e insetos, possibilitando a extensão da vida comercial dos produtos alimentícios, a preservação de matérias-primas, o controle fitossanitário e a redução de perdas — essenciais para o agronegócio e a indústria alimentícia.

A expectativa é que a produção nacional da Bolívia, que antes sofria problemas de penetração em determinados mercados mundiais, poderá obter acesso a eles com todas as certificações exigidas.

Segundo a imprensa russa, a infraestrutura moderna será capaz de esterilizar especiarias e alimentos com baixo teor de umidade, insumos médicos e também para a indústria farmacêutica, cosméticos e embalagens — e ainda permitirá a preservação do patrimônio cultural e histórico.

O Centro Polivalente de Irradiação (CMI) é uma das unidades do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CNTRD), que vem sendo construído na cidade de El Alto desde 2018.

Segundo a Rosatom, o CNTRD é composto ainda pelo Complexo Ciclotron Radiofarmácia Pré-clínica (CCRP), o Reator de Pesquisa Nuclear (RNI) e os laboratórios de Radiobiologia e Radioecologia e Plasma.

Em março de 2016, a Rússia e a Bolívia assinaram um acordo intergovernamental para a cooperação no uso pacífico da energia atômica e a construção de um centro de pesquisa e tecnologia nuclear em El Alto, a 4.100 metros acima do nível do mar.

Em agosto de 2022, a Rosatom colocou em operação experimental as primeiras instalações do centro nuclear na Bolívia.

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