Quantas estações antárticas a Rússia tem?

Ciência e Tecnologia
EKATERINA SINELSCHIKOVA
Os russos começaram a explorar a Antártida menos de um século atrás, construindo estações onde os cientistas vivem, observam o clima do planeta e realizam experimentos.

A Antártida é um continente que foi descoberto há apenas 203 anos. Chegar ao lugar mais frio da Terra foi apenas o primeiro desafio da humanidade: levou quase 80 anos para construir a primeira base naquele novo continente.

As estações científicas da Antártida são de imensa importância para a ciência moderna, porque coletam dados sobre o clima da Terra, a fauna local, as mudanças nos campos magnéticos e elétricos da atmosfera e as condições meteorológicas. Esse continente é considerado o principal marcador de mudanças climáticas globais, porque é o mais distante de centros industriais e fábricas.

No total, a Rússia tem sete dessas estações na Antártida: Vostok, Mírni, Bellingshausen, Novolazarevskaia, Progress, Rússkaia e Molodiójnaia.

Mírni, a primeira estação soviética

Esta estação foi fundada em fevereiro de 1956 durante a primeira expedição soviética e recebeu o nome do navio que descobriu o continente. Naturalmente, ela se tornou a principal base de pesquisas científicas, onde foram projetadas todas as outras estações do continente. Nos anos 1950, até 200 exploradores polares viviam ali. Mas, nos últimos anos, o número caiu para algo entre 15 e 20 pessoas, já que a gestão das outras estações foi transferida para a Progress, uma estação mais moderna.

Vostok, a estação mais famosa

Construída em dezembro de 1957 durante a segunda expedição soviética à Antártica, a estação Vostok está localizada quase no centro do continente, enquanto todas as outras estão nas margens de baías e costas. Esse local é extremamente frio: em 1983, foi registrada ali a temperatura de 89,2 graus Celsius negativos. A espessura do gelo sob a estação atinge 3,7 km, e diretamente sob a estação fica o maior lago subglacial da Antártida, o Vostok. Esse lago, descoberto por cientistas soviéticos, é considerado uma verdadeira "cápsula do tempo", porque suas águas ficaram isoladas do mundo exterior por milhões de anos. Os estudos dos organismos vivos em suas águas permite entender melhor a origem da vida na Terra e em outros planetas.

Novolazarevskaia, a estação com uma sauna russa

Construída em 1961, esta estação é uma parada no caminho dos turistas para o Pólo Sul. É um lugar incrível para ver paisagens quase alienígenas: no vale há colinas nuas de 200 metros com lagos cristalinos entre eles. Em 2007, a estação se tornou popular devido a sua nova bánia, uma espécie de sauna russa.

Molodiójnaia, a antiga capital da Antártica

Por muito tempo esta foi a capital não oficial da Antártica soviética, já que em 1962 uma pequena cidade foi construída no arredores da estação. Havia ali cerca de 70 edifícios, ruas, complexos residenciais, laboratórios científicos, um depósito de petróleo e um aeródromo que podia receber grandes aviões de passageiros. No inverno, durante o período mais frio, cerca de 500 pessoas moravam ali. No verão, chegavam a 1.400 pessoas residindo no local. Em 1999, a estação foi fechada temporariamente.

Bellingshausen, estação que tem uma igreja

Esta estação foi aberta em 1968 e recebeu o nome de Thaddeus Bellingshausen em homenagem ao almirante russo que participou da descoberta da Antártica. Ela fica na Ilha do Rei George, um dos lugares mais favoráveis em termos de clima. A temperatura do mês mais frio (agosto) fica entre amenos 6 e 7 graus Сelsius positivos. É por isso que os exploradores polares russos apelidaram a estação de "cidade-spa".  

Em 2004, a "cidade-spa" antártica recebeu sua própria igreja ortodoxa de madeira, a mais austral do mundo.

Rússkaia, "pólo dos ventos"

Esta estação, construída em 1980, fica em uma das áreas mais severas da Antártica, onde a velocidade de fortes ventos às vezes ultrapassa os 70 m/s. O vento pode começar em qualquer época do ano e durar várias semanas. Por isso, a estação foi apelidada de “pólo dos ventos”. Devido às condições climáticas, os navios têm apenas três semanas por ano para chegar ao local. Apesar disso, a estação é considerada uma das mais importantes: a região da Antártica Ocidental, onde está localizada, é uma das menos exploradas.

Progress, a estação mais moderna

A estação Progress, construída em 1989, é a mais bem equipada e moderna. Hoje, é a principal estação polar russa, com um novo complexo de apartamentos, uma academia e laboratórios.

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