Raça híbrida de urso polar e urso-pardo pode surgir no norte da Iakútia, diz especialista

Ígor Shpiliónok; Legion Media
Aparecimento de híbridos seria decorrente de mudanças climáticas.

No norte da Iakútia, no leste da Rússia, pode vir a nascer um híbrido de urso-pardo e urso polar devido a mudanças nas zonas de habitat desses mamíferos. A informação foi divulgada pelo diretor do Instituto de Problemas Biológicos da Criolitozona (a sucursal siberiana da Academia Russa de Ciências), Innokenti Okhlópkov.

Os ursos polares são os maiores predadores terrestres da Terra. Eles passam a maior parte de suas vidas no mar, sobre o gelo à deriva. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza, a cobertura de gelo do Ártico encolheu mais de 30% nos últimos anos e, como resultado, a população de ursos polares pode cair em dois terços em breve.

“Os ursos-pardos estão migrando para a tundra. Ursos-pardos foram vistos no curso inferior do rio Kolimá, onde vivem os ursos polares”, disse o cientista à agência TASS. “Ursos-pardos foram vistos, por exemplo, no distrito de Anábar. É provável que no futuro surjam híbridos de ursos polares e ursos-pardos”, acrescentou.

Um caso semelhante foi registrado no Canadá. Em 2006 foi avistado um raro urso polar nos Territórios do Noroeste: o animal possuía marcas marrons na pelagem e o focinho tinha um formato atípico. Os caçadores atiraram contra o urso, e os resultados dos testes de DNA confirmaram o que os cientistas haviam pressuposto: era, de fato, um híbrido de urso polar e urso-pardo.

Em 2010, outro urso foi morto na mesma região ártica do Canadá. Neste caso, o animal acabou sendo fruto de um cruzamento de uma geração seguinte de híbrido: uma mãe híbrida e um pai pardo.

De acordo com os cientistas, esses híbridos podem ser explicados pelas mudanças climáticas. Segundo a universidade norte-americana de Vanderbilt, tais mudanças meteorológicas abruptas no Ártico polar causam uma redução na superfície do gelo marinho, ou seja, nos locais de caça dos ursos polares. Pela mesma razão, os territórios de caça do urso-pardo têm se expandido rumo ao norte. Desse modo, seus habitats começam a se sobrepor.

Mudanças climáticas

Outras espécies que costumam viver somente na taiga, como glutões e raposas, tornaram-se mais ativas na região, explica Maria Vladimirtseva, especialista do Instituto de Problemas Biológicos da Criolitozona. Mudanças notáveis ​​também foram detectadas na cobertura vegetal.

Estudos revelam que as espécies de aves da taiga da Iakútia expandiram seu habitat para o norte. Os cientistas atribuem esse fenômeno às mudanças climáticas, entre outros aspectos, bem como à mudança na vegetação. Essas alterações nos ecossistemas do Ártico criam as condições para que algumas espécies de aves expandam seus territórios”, explica.

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