TKS, a nave soviética derrotada pela Soyuz que nunca viajou tripulada ao espaço

Ciência e Tecnologia
NIKITA PETROV
Criada na década de 1960, foi projetada como uma espaçonave reutilizável, capaz de desacoplar e acoplar dezenas de vezes com estações espaciais soviéticas, além de poder operar de forma independente.

A TKS (Transportni Korabl Snabjenia; em português, Nave de Abastecimento de Transporte) foi um projeto de nave tripulada de reabastecimento desenvolvido por Tcheloméi por volta de 1965 e que acabou sendo eventualmente cancelado em favor da espaçonave Soyuz. 

Seu objetivo era fornecer uma espaçonave reutilizável tripulada mais flexível do que a Soyuz ou Apollo. O projeto da nave (mais especificamente o FGB, Bloco de Carga Funcional da nave) foi a base para os módulos usados ​​posteriormente nas estações Salyut, Mir e Estação Espacial Internacional.

O criador

Vladímir Nikolaevitch Tcheloméi (1914-1984) foi um projetista de equipamentos para foguetes espaciais e cientista no campo da mecânica e processos de controle. Membro da Academia de Ciências da URSS (1962), ele foi duas vezes condecorado Herói do Trabalho socialista (1959, 1963), vencedor do Prêmio Lênin e de outros três prêmios estatais da URSS. Também chefiou o Conselho de Projetistas-Chefe entre os anos de 1961 e 1964.

Um pouco de história

O conceito da TKS surgiu no âmbito do projeto Almaz de estações espaciais militares e, embora a fase de projeto tenha sido concluída, a nave jamais voou tripulada.

Como explica o site Arms.expo.ru, o trabalho relacionado à TKS foi autorizado por decreto em 16 de junho de 1970, após várias revisões do programa Almaz. As tripulações seriam transportadas em naves TKS. A espaçonave teria massa de 17,5 toneladas e volume de 45 m³. A Almaz e a TKS combinados teriam um volume total habitável de 89,4 m³ e poderiam ter sido ocupadas por até seis cosmonautas. Os sistemas da TKS permitiriam desacoplar e acoplar com a estação dezenas de vezes, ainda que também operasse de forma independente. As cápsulas de reentrada teriam sido reutilizáveis ​​até dez vezes.

Foi construída para ser lançada ao espaço com o foguete Protón, o mais poderoso “cavalo de batalha” da cosmonáutica soviética, com exceção dos superpesados ​​N-1 e Enérguia.

Chegou-se a lançar uma primeira nave TKS como teste de voo e recuperação, a Kosmos 929 (TKS-1) em 17 de julho de 1977. O projeto foi enfim cancelado em 1979. As três TKSs já construídas foram lançadas sem tripulação para as estações Salyut entre 1981 e 1985.

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