Rússia criará estação espacial nacional

AFP
A  agência espacial russa Roscosmos anunciou a formação de uma estação espacial orbital nacional a partir de 2024, ao sair do programa da Estação Espacial Internacional (ISS). No entanto, continuará a fazer parte do programa até que a nova estação esteja concluída.

A Rússia deixará o projeto da Estação Espacial Internacional (ISS) após 2024, quando se concentrará na criação de uma estação orbital nacional. A notícia foi divulgada após reunião do novo diretor-geral da Roscosmos, Iúri Borissov, com o presidente Vladimir Putin.

A nova estação espacial russa, sob a sigla ROSS – ou Russian Orbital Service Station – vem sendo planejada desde 2021 e, em maio de 2022, a Roscosmos assinou um contrato com a corporação russa Enérguia para a construção do primeiro módulo básico para a estação.

Segundo Borissov, a nova estação se tornará uma das prioridades da cosmonáutica tripulada doméstica. Será inicialmente composta por quatro módulos, que acomodarão dois cosmonautas. Dois módulos subsequentes e uma plataforma de serviço serão adicionados mais tarde, aumentando o número de tripulantes para quatro. A estação será automática, com indivíduos participando apenas da entrega e instalação dos equipamentos necessários. A agência espacial não descartou seu uso para pesquisa militar.

O primeiro módulo deve ser concluído em 2025, mas não há prazo para finalização total.

Saída da ISS

O prazo exato para a saída da Rússia do projeto da Estação Espacial Internacional (ISS) dependerá da condição do posto orbital. "Começamos o processo de saída após 2024. Tudo depende, entre outras coisas, da capacidade de trabalho da ISS, seja em meados de 2024 ou em 2025", disse Borissov em entrevista ao vivo ao canal de TV Rossiya-24.

Em 14 de julho, a Roscosmos e a Nasa assinaram um acordo sobre voos com troca de assentos. Segundo ele, os russos realizarão três voos a bordo da espaçonave Crew Dragon, com a russa Anna Kikina embarcando no primeiro voo neste outono.

A retirada da Rússia do projeto da ISS não tem nada a ver com política, segundo Borissov. "Ela [ISS] deu a todos os participantes do projeto novos conhecimentos e nos uniu até certo ponto. Acredito que esses projetos devem estar fora da política hoje e no futuro", disse.

O chefe da Roscosmos enfatizou que, até a sua saúda, a Rússia não abandonará as operações da ISS. "Definitivamente cumpriremos todas as nossas obrigações com nossos parceiros, mas a decisão de se retirar desta estação após 2024 foi tomada", acrescentou.

A Roscosmos vinha repetidamente questionando a viabilidade de estender o projeto até 2030, como insiste o lado norte-americano.

Ainda no final de abril, o ex-diretor-geral da Roscosmos, Dmítri Rogozin, declarou que Moscou já havia determinado o prazo de sua participação no projeto.

Na época, Rogozin destacou que, sem manutenção, trabalhar na estação seria perigoso para as tripulações, enquanto os reparos exigiriam "dinheiro colossal". Porém, a retirada da cooperação pode resultar na saída da ISS da órbita de forma descontrolada, pois a correção da órbita é feita exclusivamente pelos motores da espaçonave de carga russa Progress.

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