M-55, o avião de reconhecimento soviético que bateu recorde de quase 22 km de altitude

Ciência e Tecnologia
JAKOB OREKHOV
Modelo, conhecido como Mystic pela Otan, nasceu da necessidade de abater os balões de reconhecimento ocidentais que espiavam a URSS nos anos 1980.

O projeto M-55 era inicialmente conhecido como M-17. O grupo de engenheiros soviéticos que o criou, em 1978, procurava soluções para interceptar balões de reconhecimento em grandes altitudes.

Em 28 de março de 1990, o M-17 ‘17401’ pilotado por Vladímir Arkipenko atingiu o recorde de 21.830 metros de altitude – marca esta que permanece imbatível na classe de aeronaves de 16 a 20 toneladas. Fato é que o M-17 registrou um total de 12 recordes da Federação Aeronáutica Internacional (FAI), dos quais cinco jamais foram superados até hoje.

O interceptor de balão de ar quente M-17 foi substituído em 1987 pelo M-17RN, também conhecido como M-55 Geofísica, que foi designado pela Otan como Mystic-B. O primeiro deles partiu para os céus em 1988, mas, com o colapso da União Soviética, o projeto acabou sendo paralisado. Em 1994, a produção foi interrompida, com um total de 5 aeronaves concluídas para realizar missões de reconhecimento.

Em 21 de setembro de 1993, o piloto Víktor Vasenkov, a partir do aeródromo de Akhtubinsk, bateu um novo recorde de sua classe, de 21.360 metros. O M-55 registrou um total de 15 recordes da FAI – dos quais permanece invicto até hoje.

Existem várias unidades do M-55 Geofísica em serviço para condução de pesquisas. Um deles participou de um estudo da estratosfera sobre o Ártico em 1996 e 1997.

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