Rússia testará primeiros mísseis hipersônicos baseados em submarinos

Ciência e Tecnologia
NIKOLAI LITÔVKIN
Caso testes sejam bem-sucedidos, tecnologia será implementada em sistemas de defesa anti-aérea S-500 Prometei.

A Marinha russa iniciará os testes do míssil hipersônico Tsirkon, considerado um dos projetos mais secretos da indústria da Defesa Nacional. Os mísseis já foram enviados ao submarino nuclear da classe Iássen do Projeto 885 para realizar os primeiros lançamentos subaquáticos.

Segundo fonte no complexo militar-industrial, porém, o lançamento será realizado a partir de outro submarino, o Severodvinsk.

"Como parte do programa de testes do sistema de mísseis marítima Tsirkon, pretendemos disparar o míssil hipersônico do submarino Severodvinsk debaixo d'água", disse.

A data específica do teste é desconhecida, mas segundo a imprensa russa, o lançamento subaquático será realizado logo após os três ou quatro lançamentos de teste da fragata Almirante Gorshkov no Mar de Barents.

O primeiro lançamento do Tsirkon foi realizado em janeiro de 2020, no mar de Barents. O míssil atingiu com sucesso um alvo costeiro a uma distância de 500 quilômetros.

O que é Tsirkon?

O primeiro míssil hipersônico russo foi apresentado em fevereiro de 2019 pelo presidente Pútin, durante seu discurso anual perante o Parlamento.

Segundo o presidente, o míssil poderá alcançar a velocidade de Mach 8, ou seja, cerca de 9.800 km/h (oito vezes mais rápido que a velocidade do som). A Rússia é o primeiro país do mundo a desenvolver uma arma capaz de voar a essa velocidade.

O Tsirkon é um míssil guiado desenvolvido para lançamentos de navios e submarinos e poderá substituir os mísseis Kalibr e Onix.

A maior parte das características técnicas do míssil é mantida em segredo. Acredita-se que o alcance do Tsirkon seja de cerca de 500 quilômetros.


Segundo o analista militar do jornal Izvêstia, Dmítri Safonov, os mísseis Tsirkon poderão superar todos os sistemas de defesa antimísseis existentes, embora, no momento, ele seja testado apenas como uma arma anti-navio.

A pasta da Defesa deve usar as mesmas tecnologias do Tsirkon, sob o código 40N6, nos sistemas de defesa antiaérea S-500 Prometei caso os testes marítimos seja bem-sucedidos.

 

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