Rússia está ajudando os Estados Unidos a combater o coronavírus

Global Look Press
País tem estirpes biológicas de que Washington precisa para criar uma vacina universal contra a principal doença de 2020.

Na última segunda-feira (30 de março), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que a Moscou está ajudando Washington no combate à pandemia do coronavírus.

"Temos ótimas relações com muitos países. A China nos enviou materiais ótimos e a Rússia nos enviou um avião de carga com muitas, muitas coisas e equipamentos médicos, o que é muito, muito bom", disse o presidente norte-americano durante o seu briefing diário sobre a covid-19.


Trump não especificou de que avião e de que equipamento médico tratava. Até o fechamento desta matéria, na quarta-feira (1), nem o governo russo, nem o Ministério da Defesa da Rússia confirmaram a informação.

No entanto, os especialistas entrevistados pelo Rússia Beyond confirmaram que virologistas russos já estão compartilhando suas experiências com seus pares nos EUA.

"A colaboração com a China permitiu obter ferramentas para o diagnóstico precoce do coronavírus", explica o analista militar russo Dmítri Safonov.

Segundo ele, é muito provável que a Rússia já esteja fornecendo as estirpes biológicas de variantes do coronavírus russo, chinês e italiano para especialistas americanos. Desta forma, eles poderão tentar criar uma vacina universal para a covid-19.

"Os norte-americanos não precisam de equipamento médico russo. Eles têm os melhores centros médicos e laboratórios do mundo. Eles também não precisam de equipamento russo, mas precisam das pesquisas e dados científicos sobre a doença de diferentes regiões do mundo", disse Safonov.  

De acordo com Safonov, o coronavírus sofre rápidas mutações e difere dependendo da região.

Segundo o editor-chefe da revisa militar russa “Arsenal Otétchestva”, Víktor Murakhôvski, as relações entre os virologistas russos e norte-americanos nem sempre foram boas assim.

"Nos anos 1990, os americanos pediram que à Rússia fornecesse estirpes de antrax durante o conflito no Iraque. Bagdá dizia ter armas biológicas com enfermidades, e os norte-americanos estavam ansiosos para adquirir as pesquisas de doenças. A Rússia se recusou a vender as estripes e Washington teve que comprar estirpes de antrax dos chineses", explica Murakhôvski.

Mais tarde, os americanos se vingaram durante a epidemia de Ebola, recusando-se a fornecer as estripes da doença à Rússia. "Fomos obrigados a mandar nossos virologistas para África para estudar a doença", diz.

"Hoje, porém, o mundo enfrenta uma ameaça maior, e questões de confronto político foram relegadas para segundo plano", completa.

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