No início da década de 2010, o governo russo destinou US$ 357,4 bilhões para reequipar o arsenal nuclear do país. Desta forma, o exército poderá substituir todas as armas estratégicas em operação desde a era soviética.
De acordo com o portal "Russian Strategic Nuclear Arms", no final de 2019, a Rússia já tinha 532 lançadores de armas estratégicas, capazes de transportar até 2.100 ogivas nucleares. Esse número é limitado pelo Tratado de Redução de Armas Estratégicas START III, assinado pela Rússia e os Estados Unidos.
O governo russo pretende substituir todos os mísseis R-36M2 Voievôda e os sistemas Topol SS-25 pelos novos mísseis Yars e Sarmat, que ficarão tanto nos silos antigos, como em novos veículos pesados.
"Uma das principais características do novo míssil Yars é a imprevisibilidade de seu voo para os sistemas de defesa antiaérea. O Yars voa para o alvo não de cima para baixo, mas sempre mudando de direção para que o inimigo não possa calcular o ponto de impacto de suas ogivas nucleares", explica o analista militar Dmítri Safonov.
Segundo ele, graças aos novos motores, o Yars sai do silo mina mais rapidamente e pode mudar constantemente de altitude, direção e velocidade para confundir os sistemas de defesa do inimigo.
"Outra característica importante do Yars são as seis unidades de orientação individuais separáveis, que enviam ogivas nucleares para diferentes alvos”, disse.
O poder de cada ogiva é de até 100 quilotons, ou seja, pelo menos cinco vezes maior do que o das bombas nucleares lançadas pelos norte-americanos sobre Hiroshima e Nagasaki.
Sarmat
Além do Yars, as Forças nucleares estratégicas da Rússia receberão em 2021 o novo míssil balístico intercontinental Sarmat, que substituirá seu antecessor R-36M2 Voievôda (segundo a classificação da Otan, SS-18 Satan), de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia.
Ele é um míssil balístico intercontinental de propulsão por combustível líquido que pesa 100 toneladas e pode transportar até 10 toneladas de carga.
"Essa arma pode sobreviver ao primeiro ataque do inimigo, porque seu silo é protegido do impacto direto de um míssil”, explica o analista militar da agência Tass, Víktor Litôvkin.
“Além disso, os sistemas de orientação [do Sarmat] são protegidos das ondas de rádio, que podem impedi-lo de atingir o seu alvo”, disse.
Diferentemente do Voievôda, que tem 10 ogivas, o Sarmat terá pelo menos 15 ogivas nucleares guiadas individualmente. As ogivas funcionarão como bombas de fragmentação, com capacidade de 150 mil a 300 mil toneladas, e poderão ser lançadas separadamente contra alvos diferentes.
Além disso, enquanto o alcance do Voievôda é de 11 mil quilômetros, o Sarmat poderá atingir alvos a até 17 mil quilômetros de distância.
Além da substituição dos mísseis Voievôda que, no momento da conclusão do tratado START-III, terão cumprido seu prazo de exploração nas tropas, o objetivo principal do novo míssil será a contenção de possíveis agressores.
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