Muitos dos produtos do Yandex competem diretamente com o Google. Um novo smartphone, o Yandex.Phone, lançado pela empresa em dezembro, possui uma tela de 5,65”, 64 GB de armazenamento, câmera frontal de 5 MP e custa apenas US$ 270. Entretanto, seu verdadeiro objetivo é promover os próprios serviços da empresa, em vez dos aplicativos para Android que são padrão do Google.
O Yandex não é a primeira empresa a tentar superar a gigante da tecnologia norte-americana: a Samsung e a Microsoft, por exemplo, já tentaram substituir os serviços do Google com seus próprios serviços e sistema operacional.
A empresa russa, no entanto, goza de uma vantagem que as outras não têm: seu motor de busca, serviço de delivery e compartilhamento de carros, e outras funcionalidades já são muito populares na Rússia.
É por isso que, segundo os especialistas do setor, os usuários poderiam estar mais interessados em comprar o Yandex.Phone do que um smartphone com aplicativos da Microsoft ou da Samsung. O novo dispositivo, porém, não é a única arma secreta que a empresa criou em 2018.
Plataforma Yandex.Cloud
Esse novo serviço permite que as empresas desenvolvam e ofereçam suporte a apps on-line usando as tecnologias e a infraestrutura do Yandex.
Lançada em setembro, a plataforma foi testada por mais de 50 empresas russas e internacionais, incluindo o Tinkoff Bank e a companhia aérea S7 Airlines.
A nuvem fornece acesso às ferramentas do desenvolvedor, bem como aos serviços baseados em inteligência artificial do Yandex, como reconhecimento de voz e tradução automática.
Um novo mercado
A empresa já tem uma loja, Yandex.Market, que vai de vento em popa. Atualmente, a plataforma conta com 20 milhões de usuários mensais, oferecendo roupas, livros, brinquedos e outros itens de 150 varejistas on-line. Em 2018, no entanto, o Yandex também lançou duas novas plataformas de e-commerce.
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A primeiro, o Beru (“Vou levar”, em russo), apresenta mais de 1.000 varejistas e disponibiliza vendas em várias categorias, que vão desde utensílios domésticos até cosméticos. A segunda, Bringly, realiza remessas internacionais e entrega gratuita para todos os produtos comprados da Turquia, da China e da Letônia.
Pagamento de combustível
Embora seja um nicho incomum para uma empresa de tecnologia, em 2018, o Yandex introduziu um novo recurso em seu Yandex.Navigator, um app que ajuda os motoristas na Rússia a traçar rotas e buscar vagas para estacionar.
Agora, os usuários podem também pagar pelo reabastecimento do tanque, com milhares de postos de gasolina no país conectados ao aplicativo. Para usar o recurso, é preciso escolher a categoria “pagamento do posto de gasolina”, e o aplicativo mostra os estabelecimentos credenciados mais próximos.
Ao chegar ao local selecionado, o próprio serviço pede para inserir o tipo de combustível e a quantidade.
Integração com WeChat Pay
A China não é um país fácil para empresas de tecnologia internacionais, e o Yandex está tentando ter sucesso onde o Google falhou: conquistar os usuários chineses, porém em seu próprio território.
Cerca de 1,5 milhão de turistas chineses visitam a Rússia anualmente. Eles costumam ficar felizes ao encontrar uma opção de pagamento familiar, e o Yandex integrou o WeChat Pay chinês em seus serviços.
Delivery de comida
O Yandex não oferece apenas serviços de entrega de alimentos, que conectam usuários a restaurantes em 24 cidades da Rússia.
No início deste ano, a empresa também adquiriu um serviço de entrega de kit para refeições chamado Food Party.
A empresa lançou o Yandex.Eats depois de adquirir o serviço Foodfox e após a fusão do Yandex.Taxi com a Uber na Rússia.
O serviço também trabalha com redes locais e internacionais, como McDonald's, Shake Shack, TGI Friday’s e Papa John’s. Em 2018, a empresa russa comprou ainda um agregador de cupons, ajudando a encontrar pechinchas em supermercados.
E em 2019? No ano que vem, aparentemente, a empresa planeja continuar sua expansão com corridas de táxis autônomos: carros sem motoristas já estão sendo testados em Skôlkovo e Innopolis, os principais polos tecnológicos da Rússia.
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