WikiLeaks revela estrutura de monitoramento em massa na Rússia

Acesso a informações se deve à segurança contra terroristas, justifica especialista

Acesso a informações se deve à segurança contra terroristas, justifica especialista

Legion Media
O WikiLeaks publicou na quinta-feira (21) vários documentos, sob o título ‘Spy Files Russia’, expondo a interação entre empresa de tecnologia e agências estatais russas.

Segundo o relatório de 35 páginas do WikiLeaks, a empresa de tecnologia russa Peter-Service, de São Petersburgo, participa do programa de vigilância em massa na Rússia conhecido como Sistema de Atividades Operativas de Investigação (Sorm).

As informações divulgadas expõem como a Peter-Service trabalha em cooperação com as agências estatais. De acordo com os documentos, a empresa, que fornece softwares para companhias de telecomunicações, também instala equipamentos que permitem ao governo russo espionar os cidadãos e suas atividades on-line.

“Os provedores de comunicação russos são obrigados pela lei russa a instalar os chamados componentes SORM para vigilância”, lê-se no documento do WikiLeaks.

O SORM é desenvolvido e implantado no país graças à cooperação entre o FSB (Serviço Federal de Segurança), o Ministério do Interior e contratados para vigilância.

O ‘Spy Files’ cobre um período de de 2007 a junho de 2015 e apenas cita “agências estatais”, sem mencionar diretamente o FSB.

O conteúdo do relatório não foi novidade para os especialistas em segurança. “O objetivo do Estado é proteger seus cidadãos de terroristas e criminosos”, disse Aleksêi Lukatski, especialista em segurança cibernética, ao Russia Beyond. Segundo ele, esse objetivo é alcançado de várias maneiras, “incluindo o monitoramento de comunicação para detectar planos de extremistas por e-mail ou serviços de mensagens”.

“Em muitos países do mundo existem sistemas que desempenham tais funções, e seu uso é regulado pela legislação correspondente”, acrescentou Lukatski. “Na Rússia, o sistema é chamado SORM. Os Estados Unidos têm o seu próprio país, assim como o Reino Unido e a China. Mas é claro também que, às vezes, esses sistemas podem violar os direitos constitucionais dos cidadãos ou a proteção de sua correspondência.”

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