Top 3 dos fuzis russos no século 20

Ciência e Tecnologia
NIKOLÁI LITOVKIN
Armas mudaram o rumo de guerras em várias partes do mundo e trouxeram fama a seus fabricantes.

1. Mosin-Nagant

Lançado em 1891, esse fuzil militar de ação de culatra, de cinco tiros, e calibre de 7,62x54 mm, serviu de várias formas até aos anos 1960.

Ao longo desses anos, provou ser uma das armas mais duráveis ​​e precisas, sendo ativamente usada em uma série de conflitos que sacudiram as bases do país, como a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918), a Guerra Civil (1917 a 1922) e a Grande Guerra Patriótica (1941 a 1945, quando os nazistas invadiram a URSS).

Também foi um dos fuzis militares mais produzidos em massa na história; calcula-se que tenham sido fabricados 37 milhões de mosins desde 1891.

Apesar da idade avançada, ainda é aplicado em diferentes formas em conflitos modernos. “Sua versão de franco-atirador pode ser encontrada em campos de batalha na Síria. O mosin custa cerca de 200 dólares no mercado de fuzis e é uma das armas mais baratas que usa munição poderosa e pode operar em condições climáticas extremas”, descreve Dmítri Safonov, analista militar do “Izvêstia”.

2. AK-47

Clássico absoluto das armas de fogo russas, o AK-47 tornou-se base para todos os desenvolvimentos de fuzis de assalto país. Foi o primeiro modelo semiautomático e totalmente automático com calibre de 7,62x39 mm. Além disso, imortalizou seu criador, Mikhail Kalashnikov, um homem que abandonou a escola após a sétima série e hoje é conhecido como um dos maiores fabricantes de armas da história.

Durante a Grande Guerra Patriótica, os fabricantes passavam dias e noites tentando criar novas armas para mudar os rumos da guerra. Ainda hoje os historiadores debatem sobre como a guerra teria se desenvolvido se Kalashnikov tivesse inventado seu fuzil alguns anos antes – o trabalho de concepção da arma começou no último ano do conflito, e um ano depois foi testada, tornando-se eventualmente a principal entre as armas de fogo para soldados soviéticos e do Pacto de Varsóvia por décadas.

“Muitos historiadores esquecem que o AK-47 que conhecemos hoje passou por inúmeras modificações e melhorias, obtendo sua aparência final e clássica apenas no início da década de 1960. É um erro comum afirmar que esse fuzil poderia ter mudado o curso da Segunda Guerra Mundial, porque levou 15 anos de modificações para tornar-se essa ‘arma perfeita’”, contrapõe Safonov.

Hoje, 70 anos após o lançamento de sua primeira versão, o AK-47 continua sendo uma das armas mais usadas nas guerras em todo o mundo devido à sua confiabilidade, preço conveniente e poderosa munição 7,62x39 mm.

De acordo com um levantamento da Universidade de Oxford, há cerca de 100 milhões de rifles Kalashnikov em todo o mundo hoje – e 75% deles são AK-47.

3. АK-74

Para criar um novo rifle que irá revolucionar o mercado de armas, é preciso antes desenvolver nova munição. Foi por isso que surgiu o AK-74, com sua nova munição 5,45x39 mm, para substituir o AK-47 no Exército soviético.

“Havia muitos motivos para mudar a munição. Com 5,45 mm, o AK-74 se torna mais preciso, a bala voa mais longe, e a arma tem menos recuo. O fuzil de assalto também perdeu dois quilos graças a essas alterações. Sim, 7.62 é mais poderoso, mas todos os outros fatores tornaram-se mais importantes para soldados e projetistas, e isso levou a produção militar um passo adiante”, afirma Safonov.

O AK-74 foi utilizado pela primeira vez durante o conflito no Afeganistão, entre 1979 e 1989. De acordo com o livro “The Gun” (“A Arma”), de C.J. Chivers, a agência de inteligência dos EUA oferecia uma recompensa de US$ 5.000 para capturar esse rifle.

Embora o AK-74 ainda seja usado pelo Exército russo, em breve será substituído pelo novo modelo AK-12.